Feijão tropeiro: um prato de viajantes

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…Lá nos primeiros engenhos do Ciclo do Açúcar (sec XVI e XVII), ele irá ocupar os sertões do Nordeste, passará a fazer parte dos farnéis e virados dos bandeirantes e dos tropeiros…  Como bem pontuou Caloca Fernandes em seu “Viagem Gastronômicas pelo Brasil”, o feijão, por sua substancialidade, ganhou espaço na capanga* dos tropeiros.

Ser tropeiro significava, antes de tudo, pertencer a uma tropa, montar no lombo de um cavalo e viajar por longas distâncias. Cruzavam estados (Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás) levando gados e toda sorte de mercadoria. Numa época em que não havia nem estradas, nem rodas pneumáticas, nem caminhões.

Era um trabalho árduo que geralmente durava meses. E como não existia também postos de gasolina com lanches recheados com baratas, pra não morrer de fome, eles precisavam da matula. Sem refrigeração mobile, tinham que apelar para alimentos que perdurassem ao calor do sertão, e improvisar preparos em fogueiras ali mesmo, nos ranchos, montados no meio do caminho.

O feijão vinha cru na capanga. Era cozido em pouca água, que provavelmente vinha na cuia, em fogo fraco. Talvez por isso ficava meio al dente. Depois acrescentavam torresmo (que vinha na lata conservado na gordura) e farinha, eterna companheira de viagem.  Tá pronto o feijão tropeiro. Quando tinham linguiça ou carne seca, a coisa ficava ainda melhor. E tinham o que em Goiás se chama feijão tropeiro completo. A couve veio depois, talvez numa dessas andanças.

Ouço essa história desde sempre. Praticamente desde que comecei a comer feijão. Minha origem mineiro-goiana vem assim, repleta de histórias lúdicas em torno de muita comida gorda. Aliás, meu pai é o rei do torresmo, e do feijão tropeiro. Você nunca comeu um, até comer o dele. Por isso, segue a receita. Não ficará igual o meu também não ficou, mas chegará perto com certeza!

*capanga era a bolsa de couro dos tropeiros que levava a comida

Confira a receita do Feijão Tropeiro

 


Reportagem Revista Gula: A arte de confitar

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Imagem de Daniel Ozana/Studio Oz

 

Confitar é inicialmente a técnica de cozinhar e armazenar carnes em sua própria gordura com o intuito de conservar. Como quase tudo na cozinha, o confit nasceu de uma necessidade e com o tempo, transgrediu e ganhou contornos gastronômicos sofisticados.  E hoje, algo que começou lá traz, com os egípcios, tem ares de prato refinado.  E atualmente, a mesma mesma lógica é utilizada também para alguns vegetais como tomate e alho.

Para saber os detalhes da arte de confitar leia na íntegra a minha reportagem sobre o tema.

A arte de confitar

 


Receita de feijão tropeiro goiano

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Feijão tropeiro do Francisco, meu pai

Ingredientes
1kg de feijão roxo
300g de torresmo
1 e 1/2 cebola cortada em cubos grandes
3 dentes de alho
3 folhas de louro
300g de farinha de mandioca grossa
Cheiro verde
200g de linguiça de porco frita e cortada em rodelas
Pimenta de bode (sempre)
½ maço de couve manteiga

Preparo
Cozinhe o feijão em água, com um dente de alho, uma pimenta de bode inteira, as folhas de louro e ½ cebola (não precisa picar). Os tropeiros não temperavam o feijão no cozimento, porque o tempero aumenta a probabilidade de azedá-lo, caso sobre. Mas você tem geladeira, pode abusar.

O feijão deve ficar cozido, porém firme, com grãos um pouco resistentes ao apetar. Isso deve levar uns 10 minutos. Escorra em um coador de macarrão e reserve. Atenção, não despreze esse caldo, congele. Ele serve de base para temperar uma sopa e até mesmo para regar aquele feijão refogado do dia a dia.

Frite os torresmos e as linguiças e reserve. Agora vem a parte da gordice. Pegue um pouco do gordura do torresmo e da linguiça e coloque em uma frigideira, acrescente a cebola, deixe dourar, depois o alho amassado com a pimenta. A cebola sempre entra antes do alho porque leva mais tempo para dourar, e o alho, se passa do ponto, amarga. Isso vale para qualquer receita que leve um refogado de alho e cebola. Coloque a linguiça e na sequência a couve fatiada fina só pra dar aquele susto. Um, dois minutos no máximo. Por último os grãos de feijão e a farinha de mandioca. Misture tudo e sirva. Sozinho já é uma refeição, mas acompanhando um churrasco ou uma carne assada fica ainda melhor.

 

Uma pitada de reportagem: Feijão tropeiro, um prato de viajantes

 

 


Receita de Bolinha de Peixe Cremosa

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Recentemente comprei um peixe incrível na feira. Um congrio enorme, lindo, e fresco. O Chef à Porter, claro, foi o responsável por limpar e filetar a criatura. Comemos com aspargos crocantes e uma sopa fria de tomate, voilá. Tava incrível e um dia ele deve postar essa receita.

Contei isso só pra contextualizar como nasceu a bolinha de peixe cremosa. Do peixe sobrou a carcaça com cabeça, espinha e rabo. Partes que apesar de não muito carnudas são as mais saborosas. Decidi aproveitar. Mas não queria fazer algo magro. Tava afim de armar o boteco em casa.

Lembrei do método básico de ser fazer coxinha. Aquele em que se usa o caldo de galinha como base para cozinhar a  farinha de trigo e chegar a uma massa leve, cremosa e saborosa. É isso! Não chamei de coxinha de peixe, porque  peixe não tem coxa.

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Receita de Hambúrguer de siri do Bob Esponja

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Quem me conhece sabe que eu amo o Bob Esponja. Na verdade, me identifico e até o invejo em perspectiva. Ele é um adulto que mora sozinho, lúdico, ingênuo não entende ofensas, sem noção mesmo, tem fé na vida e nos seres “humanos” marinhos. Fica feliz com as coisas simples da vida como caçar águas vivas com seu melhor amigo Patrik, brincar com o Gary seu caracol de estimação e, acima de tudo, faz o que gosta como forma de ganhar a vida.

E, pra quem não sabe, ele ganha o pão do seu sustento como chef de cozinha do Siri Cascudo, restaurante do Sr. Siriqueijo um chefe explorador e ganancioso, cujo cardápio se resume em hambúrguer de siri. Por sinal, o melhor da Fenda do Biquini.

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