Receita de Peixe ao Molho de Coco e Alho Poró

};?>

Há alguns anos eu inventei um prato: Filés de peixe ao forno com alho-poró, leite de coco coberto com farofinha de pão italiano.  Falando assim parece nada, mas ficou tão bom, mas tão bom, que foi um dos motivos de eu ter criado esse blog na tentativa de registrar as minhas presepadas na cozinha.

Algum tempo depois eu conheci o Gus, a gente namorou, casou e eu fiz pra ele esse peixe. E ele amou. Desde então, quando  algo dá errado e precisamos subir a barra em casa o pedido é sempre “o melhor peixe do mundo”.  Ele chegou até a batizar de peixe Novelle Cuisine (conheça o significado aqui).

Exageros maritais a parte, até que meu peixe se encaixa nesse perfil da nova  cozinha. Mas o importante mesmo é que é gostoso e melhor ainda, bem fácil de fazer e relativamente barato. Por isso, vamos ao que interessa, a receita.

 

Receita: Peixe com coco e alho-poró

Para 4 porções

Ingredientes
4 filés de tilápia
1 vidro de leite de coco (se tiver com coragem faça o seu em casa)
2 talos de alho poró cortado em rodelas
1 pão italiano torrado e moído para a farofa
1 pimenta dedo de moça (ou a de sua preferência)
1 colher de sopa de manteiga
Pimenta do reino moída na hora
Sal a gosto
azeite de oliva

Preparo
Comece pela farofinha. Corte o pão italiano em fatias e torre em forno alto até dourar. Depois triture no processador, liquidificador ou amassando com um rolo de massas. A ideia é que vire uma farinha. Aqueça a manteiga numa panela e coloque essa farinha, mexa até dourar. Reserve. Tempere os filés de peixe com pimenta preta e sal, reserve. Numa frigideira aqueça uma colher de café de azeite de oliva e coloque o alho poró em rodelas e a pimenta fresca amassada. Refogue por 5 minutos, acrescente o leite de coco e deixa em fogo brando por mais 5 min. Numa assadeira coloque os filés, depois o molho de coco, mas sem que cubra o peixe. Sobre cada filé coloque uma camada fina da farofinha de pão. Leve ao forno a 180 graus por 10 min. Sirva acompanhado de batatas assadas ou arroz branco.

 

 


Uma pitada de reportagem: a insustentável leveza da Novelle Cuisine

};?>

 

Novelle Cuisine, na livre tradução, nova cozinha. Na história se traduz como o  movimento que surgiu na França, em idos de 1970 como um levante contra a cozinha clássica francesa. Encabeçado por nomes de peso como os chefs Paul Bocuse, Michel Guérard, Pierre Troisgros (pai do Claude – crrrocãanthy) e Roger Vergé. Todos defendiam a bandeira de uma cozinha mais leve em contra partida aos molhos pesados e condimentados tão característicos nos pratos da cozinha tradicional. 

Tal influência veio principalmente da Ásia e pauta a cozinha praticado no mundo todo até hoje. A importância do movimento foi tanta, que à luz da sua época, os jornalistas e críticos gastronômicos Henri Gault e Christian Millau, em 1073, listaram os 10 mandamentos em um artigo.

Os 10 mandamentos da Novelle Cuisine

segundo consta em “A história do Sabor” – (ed. Senac)

– Tempo de cozimento reduzido para peixes, frutos do mar, carne de caça, vitela, verduras.

– Novo uso de produtos. Ingredientes devem ser frescos e de alta qualidade.

– Redução  de itens no cardápio dos restaurantes, resultando em menos gastos, mais criatividade e frescor.

– Chefs novelle cuisine não são obrigatoriamente modernistas;.

– Chefs usam equipamentos e técnicas modernas, trabalham em ambiente mais limpo e em melhores condições.

– Nada de maturar a carne de caça. E nada de especiarias para disfarçar o repulsiva fermentação dos alimentos.

– Molhos como béchamel, madeira, roux, são visto com mais olhos e considerados pesados e acusados de servirem para disfarçar odores. No lugar deles surgem molhos leves a base de frutas e ervas frescas.

– valorização da nutrição com métodos saudáveis como cozinhar a vapor, escaldar e grelhar.

– A apresentação do prato é  tão importante quanto o sabor, mas de forma sutil e delicada, sem exageros.

– Por último, a criatividade. Peixes não precisam ser sempre acompanhados de vinho branco, nem foie gras por trufas. Vale tudo. Praticamente uma extensão do movimento hippie na cozinha com o seu é “proibido proibir”.

 

 

Pratos que poderiam se encaixar nos mandamentos da Novelle Cuisine:

Receita de Peixe ao Molho de Coco e Alho Poró

Receita: Tomates e Pimentões Recheados com Sardinha Gratinados

Receita de Aspargos com ovos estrelados (alla milanese)

 

 


Receita de Moqueca africana (peixa à lumbo)

};?>

Nesse fim de ano, ganhei de presente da Let algo que eu queria muito, um livro só receitas africanas: O Sabores de África, da escritora  portuguesa Conceição dos Santos. Nem preciso dizer que enlouqueci, por motivos óbvios. O livro propõe uma viagem aos países lusófonos – onde se fala a língua portuguesa – da África: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe.  A cada capítulo um país  e suas refeições típicas. As receitas são divididas entre entradas, sopas e acompanhamentos, peixes e mariscos, carnes e doces. Honestíssimo!

No livro você constata claramente a semelhança da mesa africana com a nossa alimentação, não só na Bahia como todo mundo já sabe, mas em todas as regiões do Brasil. Essa similaridade não se deve exclusivamente ao fato de todos esses países terem recebidos negros africanos durante a escravidão como aqui.  Fica evidente também a influência dos nossos colonizadores portuguesa que todos herdamos.  Doce de leite, cocada, arroz doce, queijada…Estão todos lá. Sem contar os ingredientes trazidos pelos negros para o Brasil, como  o óleo de palma, aqui, nosso amigo azeite de dendê.

Read the rest of this entry »


Veja os programas que Anthony Bourdain fez no Brasil

};?>

 

Eu amo Anthony Bourdain, é quase inútil dizer isso, porque quase todo mundo ama também. Os homens querem se-lo, as mulheres querem te-lo. Ele é alto, ácido, charmoso, cruel, sarcástico, arrogante, elegante, engraçado, desbocado, doce, politicamente incorreto…Tudo isso, na medida, nem demais, nem de menos. Tá explicado o meu amor.

Eu também amo São Paulo, algo que talvez também seja desnecessário dizer, já que deixei meu Goiás há quase 12 anos, para morar  aqui. Eu escolhi São Paulo, como zilhões de pessoas também o fizeram. Ela é feia, lotada, suja, exageradamente grande, mal educada, desorganizada, contraditória, catastrófica, fria, cinza, nublada, abafada, sufocante, solitária…Tudo isso, sem medida, demasiada e exageradamente. Mas eu amo, a ponto de viver mil km longe dos meus.

Avenida Paulista – Crédito: Acervo SPTuris – SPTuris

É preciso calma para amar SP. Ninguém se apaixona por essa cidade, assim de graça, como rola com o Rio. Há que se ter tempo, cuidado e boavon. Tempo para conhecer seus encantos ocultos, cuidado para não se ferrar no processo e boavon para tolerar todos os defeitos. Como em qualquer caso de amor.

E para homenagear os 458 anos da cidade que dizem que nunca dorme, compartilho com vocês o encontro desses dois amores: A visita de Bourdain e seu No Reservations a São Paulo.  Portanto hoje, não tem receita:

Read the rest of this entry »


Receita de Petit Gateau de pequi (pequi gateau)

};?>

Essa receita é antiga, da primeira versão do Sem Medida. Eu criei há uns dois anos, quando participei da primeira edição do Rango Camp, a reunião de blogueiros de comida, em 2010. A ideia do evento é que todo mundo leve ou faça lá uma receita e compartilhe com a geral.

Eu fiz lá o petit gateau de piqui, fora do Goiás, pequi.  Todo mundo sabe que eu amo piqui, como já disse aqui no frango com piqui e aqui na galinhada. E numa ocasião que tive a oportunidade de provar um petit gateau salgado de tomate, feito a partir do purê da fruta, tive a ideia de fazer o mesmo com o piqui. Para minha surpresa, todo mundo gostou.  Surpresa porque piqui não é algo fácil de agradar. Seu sabor forte, peculiar, frutado e marcante jamais passa batido. Sempre que me perguntam com o que parece eu digo “com nada que você já tenha comido”. E geralmente só goiano e mineiro gostam.

Read the rest of this entry »