O hábito de rechear folhas de videiras é tão velho quanto o alfabeto grego. As primeiras referências a preparos do gênero datam do século I entre os otomanos. Mas mesmo antes disso, há registros de receitas assim, doces e salgadas, mas feitas com folhas de figueiras. E o que para nós é charutinho, a culinária antiga do mediterrâneo, conhece por dolma, no plural, dolmades. A palavra, de origem turca, é um derivado do verbo dolmak que significa preencher ou rechear.
Segundo a publicação An A-Z of Food & Drink (Um A a Z sobre comida e bebida) os dolmades de folha de uva são populares em todo o Mediterrâneo oriental, principalmente na Grécia e Turquia. Lá o recheio leva arroz, ervas e especiarias. As versões vegetarianas, enriquecidas com nozes e frutas secas, geralmente são servidas frias como petiscso (conhecidos como meze ou mezze) ou entrada das refeições. Já as com carne, comumente a de cordeiro, vão à mesa quentes, muitas vezes com o molho do cozimento. Lá também há versões com folha de couve.
Durante séculos o Império Turco Otomano dominou o mundo árabe. Segundo o livro, A Festa do Mediterrâneo (Clifford A. Wright), vem daí a influência turca na mesa árabe, a exemplo das folhas de uva recheadas com carnes. Já o recheio de legumes provavelmente tem raízes na culinária árabe do império islâmico, possivelmente herdada dos persas, os disseminadores do arroz (por sinal o ingrediente principal dos dolmades).
Aos árabes coube o papel de tornar a receita mais complexa e elaborada com especiarias e temperos. Deu para perceber que os charutinhos, como toda receita secular, percorreram um longo caminho até chegar à mais democrática das cozinhas, a brasileira. E no fim das contas, buscar a origem de um prato é nada mais que estudar história.
Charutinho é algo que eu comia muito na infância. Lá em Goiás, como o quibe, eles são bem populares, as mães sempre fazem. Acho que é uma comida que combina com criança. O nome é lúdico e os ingredientes dificilmente desagradam. Sem contar que pra me agradar é só “xuxar” carne moída. Read the rest of this entry »
Finalmente os queijos artesanais brasileiros ganharam um espaço a altura de sua qualidade: a Queijaria, que acaba de inaugurar em São Paulo. Além de ser uma fromagerie – loja especializada em queijos artesanais de leite cru, trabalha exclusivamente com queijos 100% brasileiros feitos de leite cru.Um passo importante, já que São Paulo é a meca do queijo pasteurizado graças à rigidez da legislação estadual para os queijos brasileiros.
Leite, gemas e açúcar. Não dá para ser mais simples a combinação que faz a minha sobremesa favorita no mundo: o creme brulée. Eu não sou de doce, para mim, sobremesa é queijo. Mas o brulée não é uma sobremesa super doce. O açúcar queimadinho dá um toque levemente amargo que me encanta.
O Mr. Beer vem agitando o mercado cervejeiro com muitas novidades. No mês passado, eles lançaram 10 rótulos da americana Epic Brewing com exclusividade no país, além de anunciar uma redução média de 30% nos preços das cervejas na rede. Desta vez, foram apresentados os nove rótulos da festejada Mikkeller trazidos ao Brasil e também encontrados apenas nas prateleiras das suas lojas.
A Mikkeller é uma cervejaria norueguesa jovem e peculiar. Com menos de dez anos de vida, ela não tem uma sede física; apenas um escritório, onde trabalham oito funcionários. A maioria dos rótulos é produzida em colaboração com a belga Proef Brouwerij, mas as brassagens em parceria correm o mundo todo, da escocesa BrewDog à Anchorage Brewing, no Alasca. Apesar de ser autodidata, o mestre-cervejeiro Mikkel Borg tem criado receitas consideradas ousadas e inovadoras e as exporta para 40 países.