Contrariando a sabedoria popular, segunda-feira não é dia de branco, mas de comer e beber bem. Foi o que rolou no último dia 11, no já paulistano Aconchego Carioca, onde a Buena Beer esteve apresentando suas novas importações: rótulos da cervejaria belga Viven e da americana Green Flash, que mandou até um representante gringo para explicar as receitas durante a degustação.

No cardápio, cervejas de inspiração cruzada e sedutores bolinhos.

Além dos rótulos tradicionais da escola belga, a Viven recria receitas mais famosas nas versões inglesas ou americanas. A americana Green Flash, por sua vez, reproduz estilos consagradamente belgas, como Saison e Trippel. “Confesso que a princípio eu fique meio reticente com esse encontro da tradição com a ousadia, mas assim que provei as cervejas mudei de ideia”, comemora Edu Passarelli, o dono do bar.

Começamos pela Viven. A Dubbel Bruin e a Blond são as classiconas belgas e boas representantes dos seus estilos. Bastante suave, a Blond apresenta notas bem frutadas e a levedura tem um sutil perfume de azeitonas. Minha preferida entre as duas, a Bruin é mais maltada, mais caramelada, levemente adocicada e bastante leve. A novidade fica mesmo por conta da Ale, da Porter e da Imperial IPA. Ah, a Imperial IPA. Chegaremos a ela.

A Ale leva levedura belga, mas tem lúpulos ingleses bem pronunciados, sabor meio cítrico e bom amarguinho final. A característica marcante da Porter são as notas defumadas, que aparecem bastante já no aroma de bacon. A Imperial IPA, com seus lúpulos americanos, concorre seriamente a favorita da noite: bem seca, bem herbal, bem perfumada.

Chris Weber, um dos cervejeiros da californiana Green Flash, ficou responsável pela apresentação dos cinco rótulos que chegam por aqui. “Nós, de San Diego, formamos uma comunidade forte e unida de produtores regionais e temos pretensão de nos estabelecer como a melhor cidade cervejeira do mundo”, ambiciona.

Começamos pela Saison Diego, de sabor levemente picante, que leva gengibre, casca de laranja e pimenta da Jamaica. Depois foi a vez da Friendship Brew, uma Black Saison, talvez a única. Feita com especiarias como a sálvia que cresce naturalmente em San Diego, tem uma refrescância marcante, tipo uma vibe mentolada, e bom amargor no final. Então passamos à Trippel, que procura reproduzir fielmente a receita da escola belga, sendo floral, frutada e adocicada.

Daí partimos para a Le Freak que, como o próprio nome indica, faz uma fusão maluca de dois estilos extremos: o belga Trippel e o americano Imperial IPA. Com seu doce fermento belga e cítrico lúpulo americano faz um samba do crioulo lindo e é outra séria candidata a favorita da noite! Finalizamos com a Grand Cru, uma Strong Dark Ale com dupla levedura e refermentada na garrafa. Complexa, adocicada e bastante alcoólica que, segundo Weber, é apelidada de misteriosa, já que vai aprofundando os sabores ao longo do ano.

 

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