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Como eu já comentei aqui, no início do mês passado eu tive a sorte de ir à Lima, a capital gastronômica do nosso vizinho Peru.
A viagem foi tão elgal que estou dividindo o melhor do que eu vi por lá em uma série de posts. A ideia é contar o que mais gostei sem ficar cansativo para vocês, meus queridos leitores, que perdem seu precioso tempo, lendo minhas pataquadas.   

Não por acaso fui bater e Lima logo na ocasião do Mistura, este que talvez seja o maior evento de gastronomia da América Latina. Se não o maior, é com certeza o mais impressionante. Isso porque a gastronomia é o futebol deles, o Mistura é a copa.

Durante 10 dias a área da cidade conhecida como a Costa Verde, no distrito de Magdalena del Mar, recebe pequenos agricultores de todos os cantos do país, cozinheiros, padeiros, confeiteiros, donos de restaurantes, vendedores ambulantes, institutos de culinária, estudantes, foodies do mundo todo e qualquer um que goste de comer. 

Há quem diga que grande parte disso é publicidade nacional. Mas truques de mkt à parte, a beleza do evento é que ele é uma causa nacional. Os peruanos de fato vivem o Mistura.  É um evento da família, um passeio de domingo onde chefs locais hypados se misturam a cozinheiros simples de diferentes cantos do país. É uma relação com a gastronomia bem diferente da nossa. Pelo menos para quem vê de fora, num primeiro momento, é.  É antes de tudo mais democrático e acessível.

A entrada custa 25 soles, algo em trono de R$ 25, todos os pratos custam 13 soles.  É possivel se fartar de ceviche por míseros R$ 13. E que fique claro que as porções não são minúsculas. Tanto que o ideal é dividí-las para provar o maior numero de coisas. Para você terem uma ideia, em 4 dias no Peru provei mais de 60 pratos, incluindo uns 3 menus degustação. Entre eles,os pratos do mistura e que não pude trazer na mala:

 

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Arroz de camarão. O camarão de lá tem essa cor laranja intenso. Maravilhosos serbido com salada de pimenta e cebola com arroz molhadinho com ervilhas e palmitos em cubinhos.

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Aji de galinha: cozido caseiro nativo feito a base de aji amarilo que leva frango cozido e desfiado, engrossado com pão embebido em leite ou  creme de leite. É servido com batatas cozidas, arroz branco e lascas de parmesão. É uma delícia.
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A Pachamanca é um dos pratos mais antigos e representativos da gastronomia peruana. Na livre tradução da quéchua, língua inca, significa pote de terra. Uma alusão à forma de preparo da receita em que diferentes tipos de carne (suína, bovina e aves),  tubérculos (batata e batata-doce) e milhos em forma de tamale (uma tipo de pamonha) são cozidos em um recipiente e enterrados em um buraco na terra e tapados com fogo para cozinhar.

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Ceviche. E finalmente o ceviche clássico peruano.

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 Cuy: é meio bizarro, mas os peruanos adoram comer esse roedor. O fazem assado na brasa como churrasco.

 

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Milhos: no Peru  tem tanta variedade de milho que eu nem sabia que existia. Tanto que trouxe milho na mala (sou dessas) alguns. Um deles  é  mais adocicado e com grãos enormes. Tem até uma versção de milho roxa, da qual se faz chicha morada (a Lu, amiga querida que estava na viagem, ensina como fazer no seu blog)

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Picarones: trata-se de uma sobremesa peruana do período colonial feita a base de abóbora e batata-doce. A massa mole e leve é aberta em formato de rosquinhas sobre o óleo quente e posta a fritar imediatamente. São servidos cobertos com caldas dosces de diferentes sabores, inclusive de chicha morada.

 

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