Pode se dizer que a Fraldinha como conhecemos e consumimos é uma invenção brasileira. Foi o infelizmente falecido mestre em carnes Marcos Bassi quem descobriu o corte. Como ele mesmo gostava de dizer “quem criou foi Deus, eu só encontrei”.

Conhecida na França como Bavete, Bassi descobriu a Fraldinha em 1967. A pedido de uma senhora francesa cliente do seu açougue, ele sempre preparava o corte até então desconhecido dos brasileiros. Até que o açougueiro decidiu preparar a carne assada e serví-la no balcão do açougue fatiada em sanduíches temperados com vinagrete. Sucesso absoluto. O amor pela Fraldinha foi tanto que com o tempo Bassi conseguiu promovê-la à carne nobre de churrasco, um hábito exclusivo dos brasileiros. Nem mesmo a França consome assim.

A Fraldinha vem da ponta carnuda da costela minga, próximo à perna traseira do boi, uma parte pequena do abdômen. O nome é um apelido dado devido à localização do corte. Ao lado da virilha do animal. Na França é chamada de bavette d’aloyau (francês), mas também recebe o nome de vacio (no espanhol) ou thin flank (em inglês).

As peças têm geralmente um quilo, com uma altura de três centímetros no começo e afinando do meio para o fim. É protegida por uma camada de gordura externa, se mantendo magra no interior, praticamente sem marmoreio. Mesmo assim graças a boa irrigação sanguínea é macia e, se preparada corretamente, fica extremante suculenta.

O sabor é sutil, e sua melhor performance é no churrasco. A dica não levar  a carne muito gelada ao fogo  e assá-la inteira e compactada no espeto para evitar o ressecamento.  Também fica bem ao fogão em ragus, braseados e ensopados. Mas para Bassi e seus seguidores, isso seria um desperdício.

Receita: Churrasco de fogão (Fraldinha na frigideira)

 

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