Sim, o Arroz Doce era a receita de Michelangelo para curar a ressaca e também a sobremesa favorita de Luís IX. Mas a lenda mais fofa em torno da receita é  a dos noivos.  Segundo Roberta Malta Saldanha, autora de Histórias, Lendas e Curiosidades da Gastronomia (ed. Senac), era tradição na região de Coimbra, os futuros casais noivos entregarem um prato da sobremesa junto com o convite de casamento. O preparo vinha coberto com uma toalha feita pela noiva, conhecida como o pano de Almalaguês. Depois de uma semana, eles voltavam para buscar a travessa e com ela o presente de casamento.

Mas o hábito de comer Arroz Doce é bem provável que seja anterior ao matrimônio nos moldes ocidentais. Há registros da receitam que datam da antiguidade em países do Oriente como China. Japão, Índia, Paquistão e também no Sudeste Asiático.
No Brasil, para variar, é herança dos portugueses. E estes, por sua vez, também sem grandes novidades, emprestaram dos árabes o preparo. Tanto que na culinária sírio-libanesa há uma sobremesa bem semelhante. O Roz bi Halib é perfumado com água de rosas ou flor de laranjeira.
Fato é que hoje o mundo todo come arroz, logo, o mundo todo em algum momento, testou  o grão na versão doce.  Há variações que levam frutas secas, sementes, castanhas e amêndoas e muita canela. Essa última, por sinal, era a favorita de Luís  IX, que devorava travessas várias vezes ao dia.
Receita: Arroz Doce Brulée com Leite Queimado e Raspas de Laranja

 

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