Grapes of Chile* por Jéssica Marinzeck

Oiê! Você já deve saber que o vinho está intimamente ligado a momentos de prazer e descontração, além de ser um produto que também traz aspectos benéficos à saúde humana. Já foi comprovado que alguns componentes da bebida retardam o processo de aparecimento do Mal de Alzheimer, por exemplo.

Mas existem sim, alguns componentes no vinho que chegam a causar até reações alérgicas em alguns enófilos, como é o caso do sulfito ou SO2, que tanto pode ser adicionado ao vinho como também pode ser um sub-produto durante a fabricação da bebida. Entre outras funções, os sulfitos podem dar mais longevidade ao vinho.

Esses vinhos ditos mais naturais, possuem além dessa pouca adição de SO2, baixa adição de produtos químicos, tanto nos vinhedos como na própria vinícola. O produtor geralmente opta também por usar poucas leveduras selecionadas e mais das leveduras encontradas no vinhedo e nas uvas, as que chamamos de indígenas. As leveduras e o açúcar natural das uvas são os responsáveis pela fermentação do suco da uva em vinho.

Dentro desse “movimento” do vinho “mais saudável”, existem alguns grupos. Hoje vamos falar dos três mais conhecidos:

1119764_92568866– Vinhos orgânicos: Muitos produtores que querem iniciar uma produção mais sadia, digamos assim, começam aqui. A produção de vinhos orgânicos começa lá nos vinhedos sem nenhum uso de produtos tóxicos. Qualquer tratamento para evitar pestes ou doenças, é realizado com produtos naturais. A certificação de um vinho orgânico é geralmente burocrática e esses vinhos ainda são vistos como de qualidade inferior por muitas pessoas. Por isso, diversos produtores assumem essa prática, mas não a expõem em seus rótulos.

– Vinhos biodinâmicos: O biodinamisno em geral, que vai além da produção vitivinícola, é um conceito que se volta às técnicas ancestrais onde não era possível valer-se das tecnologias atuais, principalmente no manejo da terra, como no caso da agricultura. Todo e qualquer trabalho no vinhedo é pensado e realizado tentando minimizar a intervenção humana e manter o equilíbrio do ecossistema.

– Vinhos naturais: Digamos que esses sejam os mais radicais dentre os tipos que vimos nesse texto. Aqui falamos da menor intervenção humana possível, o nível de sulfitagem é baixíssimo, as leveduras usadas são apenas as indígenas e no final, o vinho não é filtrado e nem passa por colagem. É a expressão mais pura da uva e do local aonde essa bebida foi produzida, mas é preciso muito conhecimento por parte do enólogo e muita confiança naquilo que produz.

Vinhos como esses que foram citados acima, ainda são dúvida em muitas rodas de especialistas, mas estão ganhando cada vez mais atenção no mercado nacional. São vinhos distintos tanto em seus aromas, sabores e até nas suas cores, mas que valem muito a pena serem degustados.

 

Pude conferir o jantar realizado pela La Pastina, com um dos mais renomados produtores de vinhos orgânicos e biodinâmicos no Chile, a Vinícola Emiliana. O jantar apresentou quatro excelentes produtos do portfólio da vinícola e você fica com esse Chardonnay, que foi na minha opinião, o campeão da noite:

2013 Novas

Uva: Chardonnay

Produtor: Emiliana

D.O. Valle Casablanca, Chile

R$: Cerca de R$55,00 na La Pastina

Com aromas intensos de frutas tropicais como manga e abacaxi, além de um toque de amêndoas. Na boca esse vinho tem personalidade, enche o paladar e possui um final bem refrescante.

Espero que tenha gostado. Tchau!

* Jéssica Marinzeck  “Sommelière Certificada pela Court of Master Sommeliers, na Europa e nível 3 na WSET de Londres. Comecei minha experiência com vinhos na Europa e hoje sou Coordenadora de Compras do site Evino. Sou criadora do ‘O Canal do Vinho’ no YouTube e lanço esse ano meu primeiro e-book o ‘Básico do Vinho’.”

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