Desde que esquentou o clima em São Paulo e faltou água, ando meio obssecada por Ceviche. Aliás, por qualquer comida fria e que não envolva produção muito complexa e sujeira na cozina (quanto mais sujeira, mais água se vai). Numa dessas eu acabei chegando nessa combinação que batizei de Ceviche Caipira.
É caipira porque o peixe é de água doce. O bom e velho pintado, que eu amo desde quando meus dentes ainda eram de leite. Trata-se de um peixe de couro, sem espinhos pequenos, carnudo, cabeça achatada e volumosa tomando boa parte do corpo. O nome se deve a estampa do seu couro cinza coberto de bolinhas pretas. Nada no fundo dos rios e tem bigodes longos e uma das melhores carnes de peixe que existe.
Os de cativeiro não passam de 4kg, mas os selvagens podem chegar 1m de comprimento e pesar entre 60 kg e 80 kg. Há registros de alguns peixes com mais de 2m pesando 100 kg. É mais comum nas bacias do rio São Francisco, Amazônica,Prata e em abundância no Rio Paraná. Menos na parte brasileira onde infelizmente o pinatdo foi praticamente dezimado pela pesca predatória.
Na Amazônia peruana é chamado de Doncella, que quer dizer donzela (moça virgem). Não por acaso, sua carne macia e rosada, compõe diferentes receitas por lá. Uma delas o Ceviche La Doncella, descrito no livro Ceviche – do Pacífico para o mundo (ed. Senac) da minha amiga jornalista e especialista em ceviche Paty Moll, que leva um molho verde que leva coentro e leite de coco. Deliciosa!
Aqui, eu fiz uma versão mutcho loka que leva, pasmem, jiló, pimenta de cheiro e limão galego. Mantive a dedo-de-moça para dar ardência. Para acompanhar chips de mandioca. Bora pro preparo.
Fatie os temperos em lâminas finas. A cebola em pétalas, o limão ao meio e pimenta de cheiro em rodelas.
Corte o jiló em pétalas também.
Eu como sou esperta já pedi o peixeiro pra fazer os filés, mas deixei a pele porque poderia mudar de ideia e faezr o peixe grelhado. Nesse caso com pele é melhor (além de deixar mais saborosa a carne, evita que resseque). Mas você pode inclusive pedir para tirar a pele se for mesmo fazer ceviche. Corte o peixe em fatias pequenas.
Divida os ingredientes em tigelas. Cubra a cebola e o jiló com água gelada e uns cubos de gelo. Isso vai evitar que escureça o jiló e deixará tdos mundo crocante.
Comece temperando o peixe com sal. Ele sempre deve entrar antes do limão para conseguir penetrar no peixe. Junte as pimentas e uns 3, 4 cubos de gelo. Despeje o suco de uns 6 limões (se quiser pode colocar mais limão)
Junte o jiló e a cebola e misture bem (vira quase uma salada de tão rico). Acerte o sal e sirva com chips de mandioca. Basta cortar a mandioca em lâminas finas, lavar bem, secar e fritar em óleo quente.
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