Bem antes do Bourdain cunhar o termo Food Porn e da Nigella virar a musa mundial da comida gorda sem culpa, eu já amava um bom Bife à Parmegiana. O mais ítalo-brasileiro dos pratos (veja a historinha lá em baixo) fez parte da minha infância na época em que meu pai era dono de restaurante.

Ele vinha numa forma como essa da foto, que encontrei recente mente numa loja da Paula Souza, no bairro da Luz, em São Paulo. Chorei  uma lágrima de molho de tomate de saudade do tempo em que eu saía do colégio e ia direto encontrar meus pais no finado Fogo de Chão e devorar o Parmegiana delícia com arroz branco e batata palha.

O Filé à Parmegiana com certeza está no meu top cinco de comidas em que cada caloria ingerida vale à pena (tipo feijoada, pequi, hambúrguer, lasanha). Ele une com perfeição três felicidades: tomate, queijo e um bife empando e frito. Não tem como tal cominação dar errado.

Houve uma época, quando eu trabalhava na região da Av. Paulista, que o bonde da firma saía sempre em busca do Parmegiana perfeito. Inclusive tinha um lugar que oferecia um kit parmegiana. Era uma opção mágica de adicionar queijo e molho de tomate a praticamento tudo que tinha no cardápio. Tipo, linguiça calabresa à parmegiana.  Tenso.

Esse não é um prato pra comer todo dia. Serve pra aquele almoço de domingo ressaquento pra fechar com chave de queijo a enjacada do fim de semana. Por isso, não me recriminem pelas cenas pesadas a seguir. Abram passagem para a indulgência e seja feliz:

 

Receita: Filé à Parmegiana

 

Ingredientes (para duas pessoas)

2 bifes de filé mignon (prefiro, porque a carne passará por dois cozimentos e corre o risco de endurecer dependendo da sua habilidade e do seu fogão)
1 xícara cheia de farinha de rosca (eu temperei a minha com algo, cheiro verde e pimenta)
Um pouco de farinha de trigo
1 ovo
1 lata de tomate pelado (porque o tomate está fora de época e, por isso, caro)
Azeite, sal, alho e manjericão para o molho de tomate
Queijo parmesão e mussarela ralados (quanto baste ao seu coração)
Óleo para fritar (éeeeeee, isso mesmo)

Preparo

Seque os bifes com um papel toalha, passe na farinha de trigo, no ovo batido e na farinha de rosca. Eu não tempero a carne, já teremos  sal no molho e no queijo, basta. Reserve e já ligue o forno. Parta para o molho.

Coloque um fio de azeite numa panela e refogue e alho e as folhas de manjericão. Acrescente o tomate pelado e um pouco de água. Deixe ferver em fogo alto por uns 15 minutos. Bata no mixer ou no liquidificador. Reserve.

Frite os bifes empanados em óleo bem quente (coloque um palito de fósforo no óleo, quando ele acender estará na temperatura ideal para fritar) até dourar. Eu gosto mais pretinho. Coloque numa travessa que possa ir ao forno, cubra com o molho e com os queijos. Leve ao forno alto até derreter o queijo. O forno tem de estar bem quente para derreter rápido o queijo e assim não ficar muito tempo lá ressecando e endurecendo a carne. Está pronto. Sirva com batata (eu gosto com batatas rústicas ao forno, porque haja amor para fazer batata palha) e arroz branco. Isso sim é amor.

Uma pitada de reportagem: Bife à Parmegiana, brasileiro de nascença

 

 

 

 

 

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