Sim, vocês já devem ter notado que tenho uma tendência monotemática. Pois é. Desde que liberara os camarões o tema tem orbitado minha time line com pedidos de dúvidas, de receitas e dicas de onde comprar.
Por isso, decidi abrir a temporada de aulas do Sem Medida com esse crustáceo maravilhoso. Então é isso, esta lançada aula:
Precisamos falar sobre camarão
Nela, vamos aprender tudo que tivermos direito e couber no tempo sobre esse ingredientes mágico:
onde comprar
como escolher
alguns dos tipos existentes
como limpar
dicas de preparo
melhores combinações
4 receitas fáceis para ser feliz (petisco, sanduba, massa e pratão de festa)
e a melhor parte: DEGUSTAÇÃO
Bora?
Cola ni mim que camarão que dorme a onda leva. Mas corre, porque as vagas serão limitadíssimas por motivos de NÃO TEMOS MUITO ESPAÇO.
Data: 27/07/2018 – sexta-feira (meio aula meio happy hour)
Horário: 18h 30
Endereço: Vila Mariana (os detalhes serão passados a quem adquiria o ingresso)
Valores:
R$ 150 (sem drink ao final)
R$ 180 (com degustação com drink ao final)
Para dar aquela incentivada, segue essa anti-receita que você aprenderá passo a passo, ao vivo e em belíssimas cores na nossa aula: um sanduba que eu criei inspirado num clássico da culinária Cajun, típica de Nova Orleães, na Lousiana, o po-boy. O nome é uma referência aos “poor-boys”, garotos pobres que se fartavam de sanduíches baratos na região, que é “fartíssima” em camarões. Na aula eu conto mais detalhes.
Po-boy metido a besta
Ingredientes (para 2 sanduíches)
1 avocado maduro
Azeite
Suco de 1 limão
300g de camarão rosa médio (limpo e sem casca)
1/2 cebola roxa (ou 1 pequena)
2 ramos de coentro (sim, aceite)
2 broas de milho aerosas (compre pronta, mas estou vendo se será viável ensinar na aula devido ao tempo)
Páprica picante (ou não) a gosto
Pimenta dedo-de-moça picada a gosto
Sal a gosto
Preparo
No mixe ou batedeira bata a polpa do avocado com o suco de metade do limão e vá colocando o azeite em fio (sem parar de bater) até obter um creme aerado. A ideia é que fique com a textura de uma maionese. Acerte o sal e reserva na geladeira.
Em uma panela aqueça a água suficiente para cobrir a quantidade de camarão. Em paralelo, prepare uma cumbuca com água e gelo. Quando a água ferver, coloque os camarões, assim que eles mudarem de cor (ficarem esbranquiçados), retire e transfira para a bacia com água gelada. Esse processo vai interromper o cozimento deixar os camarões com uma textura FABULOSA.
Em outro recipiente coloque a cebola cortada em tiras finíssimas, as folhas de coentro e o resto do suco e limão. Tempere com sal, pimenta dedo-de-moça e páprica.
Monte o sanduíche passando na base da broa o creme de avocado, sobre ele coloque MUITOS camarões e por cima de tudo a salsa picante de coentro e cebola. Pronto! Coma com uma cerveja gelada maravilhosa ou um vinho branco. Se você não for esganado como eu, essa quantidade de camarão pode render mais de 2 sandubas. Mas uma das características que define o po-boy é que ele é LOTADO.
Passei o mês de junho inteiro no looping da feijoada. Não que isso seja ruim, inclusive é o oposto. Eu finalmente lancei o evento e foi maravilhoso. Casa lotadíssima, pessoas felizes e comida daquele jeito que eu gosto e do modelo que eu sei fazer: de baciada. Então se você perdeu fique atento que em julho teremos mais uma edição e outras surpresinhas.
Mas agora para quebrar o monotema, vamos falar da segunda melhor coisa do mês de junho, depois da festas juninas: o fim do defeso dos pescados e principalmente do camarão. SIIIIM! Junho, esse mês do amor, traz com consigo um lote desse crustáceo maravilhoso. E eu, com a minha carteirinha de brasileirinha 01, chego a ter mini infartos de emoção quando vejo aqueles camarão full pistola com preço mais barato que da carne moída. É MUITO AMOR BRASÉL.
Explicando: Para quem não sabe, o defeso é uma lei que proíbe a pesca durante o ciclo reprodutivo das espécies, justamente para coibir a pesca predatória e preservá-las. Durante o defeso, tudo fica mais caro, porque simplesmente não está disponível (e se está é congelado ou pior, proveniente de pesca ilegal).
O Defeso do Camarão é regulamentado pela Instrução Normativa IBAMA nº189/2008 que protege as espécies dos camarões branco, rosa, santana, sete barbas, entre outros. A orientação durante esse período para pescadores, comerciantes e consumidores é respeitarem o defeso, uma vez que é nesse intervalo que ocorre a reprodução e crescimento dos camarões. Por isso, essa fase do defeso serve também para sinalizar a importância de consumirmos alimentos respeitando os ciclos da natureza.
Como brinde, ao final desse ciclo, a natureza responde com abundância de produtos frescos, de ótima qualidade a preços mais acessíveis. Parece meio óbvio que é mais inteligente dar preferência produtos da época, mas muita gente ainda não percebeu o quanto essa regra básica de consumo é mais lógica e coerente.
Mas voltando ao camarão, para celebrar o fim do defeso trago aqui uma receita de inverno que criei no ano passado para o aniversário do Gustavo. Um cozido de milho, chouriço espanhol e camarão. Sim, pode parecer estranho, mas essa é uma combinação explosiva em sabor e calor. O adocicado do milho, o picante do chouriço e o sabor único do camarão fazem uma amizade maravilhosa. Confere aí!
Então vem comigo aproveitar a fartura desse crustáceo maravilhoso!
Comece cortando o chouriço de uns 300g (eu usei picante, mas pode ser normal) em cubos de 1cm e leve numa frigideira antiaderente para dourar. Ele vai soltar óleo e uma cor linda.
Entre com 1 cebola média picada em cubinhos. E deixe ela roubar toda a cor do chouriço.
Coloque talos de salsinha e/ou coentro picadinhos. E deixe refogar mais um pouco.
O refogado deve ficar assim.
Ai, entre com 400g de milho verde debulhado. Pode ser milho em lata? Pode. Vai ficar igual? Não. O milho fresco é mais doce, macio e saboroso. Mas se não tiver escolha manda ver. Para o milho cozinhar, coloque uma xicara de caldo de camarão. Receita aqui.
Entre com o camarão limpo. Lembrando que se quiser fazer o caldo caseiro para dar ainda mais sabor de mar a sua receita, peça o peixeiro para salvar cascas cabeça.
Para ostentar, faça uns camarões inteiros na brasa e sirva junto com o cozido. Para fazer a argamassa, indico arroz branco do tipo basmati.
Muita gente tem me perguntado sobre o ceviche de caju.
É salgado?
Leva peixe?
Fica bom?
Então. Não tem muita regra aqui não. O Sem Medida, é sem medida porque a redação é meio que narrador personagem e expectador participativo. A gente joga o tema e você desenvolve como quer e como pode.
E também porque, né? Se tem camarão a gente usa! A regra é bem clara no manual da alimentação dos brasileirinhos trabalhadores. Pode ver a galera no quillão quando dá de cara com comida cara. Enche o pote.
Os vegetarianos podem substituir o camarão por uma linda linda pupunha fresca grelhadona. Vai brilhar até na lua.
Então vamos ao preparo. Lembrando que a parte mais difícil da receita é encontrar um bom caju pra comprar, isso se você estiver no Sudeste. Lá pra cima eles caem na sua cabeça na rua.
1 – pique o caju em cubos
2 – pique a cebola em lâminas o mais finas possível e coloque de molho na água gelada.
3 – pique o contro. SIM! Tem que ter coentro no ceviche. Quero ver você ir la no La mar no Peru e ficar de frescura porque tem coentro no ceviche. Aceita o coentro no seu coração, ele vai operar milagres de sabor na sua vida.
4 – Escorra a cebola, junte tudo, tempere com sal e suco de limão suficiente para gerar um caldinho na receita. Pronto para o vegans. Você que não come carne pode parar aqui e ser feliz.
5 – Tempere os camarões lindos com sal e pimenta e grelhe em azeite. Sirva com o ceviche.
6 – Ouça os aplausos da torcida e corra para o abraço.
Aqui neste post contamos como somos mais que fãs de Campari. E um dos motivos do nosso apego é justamente a versatilidade presente na bebida. Essa combinação de doçura e amargor capaz de compor diferentes tipos de drinques para diferentes paladares e momentos. Hora em combinações mais ousadas e complexas, hora mais leves descompromissadas.
Não por acaso, esse é o tema da campanha BitterSweet que estampa o celebrado calendário de 2016 da marca estrelado por ninguém menos que bela de Hollywood, Kate Hudson. A linda interpreta as personalidades amarga e doce dando vida aos sabores de Campari. Difícil escolher!
Para acompanhar, nada mais justo que um petisco de preparo igualmente simples, mas também cheio de sabor: Salteado de camarões, chouriço espanhol e mini pimentões defumados. Uma combinação perfeita entre picância, doçura e notas de amargor típicas dos tostados.
Para uma receita suficiente para 2 pessoas, comece tostando umas 6 unidades de mini pimentões direto na chama do fogão ate que fiquem completamente pretos. Se não tiver do mini, use 2 pimentões vermelhos normais. Abafe os pimentões tostados em um pote com tampa. E quando esfriar tire pele queimada em água corrente. Ela sairá facilmente. Reserve.
Numa frigideira de fundo grosso, toste umas 200g de chouriço espanhol picante até que fiquem levemente dourados. Reserve. Imediatamente, na mesma panela (aproveitando o óleo do chouriço), toste 200g de camarões rosa grandes limpos e já temperado com um pouco de sal e pimenta. Volte todo os componentes para a panelas e com o fogo alto finalize com o suco de um limão siciliano. Misture para que os sabores sejam encorporados. Salpique algumas folhas de coentro ou a erva de sua preferência e sirva imediatamente. Para acompanhar prepare um molho aioli, receita aqui. E o Campari Tonic, claro!
Fideuá, se você ainda não comeu coma. Aproveite que o fim de semana está a vista, faça a rycah e corra atrás do camarão. Você merece essa ousadia!
Trata-se de um prato de origem espanhola, de Valência e não por acaso, muito semelhante à paella. Só que nele, o arroz dá lugar ao macarrão. Especificamente ao fidéu, aqui mais conhecido como cabelo de anjo, aquele espaguete beeeem fininho. Na Itália chamado de cappellini.
Mas reza a lenda que o prato surgiu de uma variação de outro arroz espanhol, chamado de Arroz à Banda. Também muito parecido com a paella, mas preparado em uma panela diferente, de ferro. É feito com peixes e frutos do mar. Mas no final, separa-se e serve as carnes à parte, daí o nome, à banda. Como pertences perdem o sabor para o arroz, coloca-se molho aioli para acompanhá-los.
Voltando ao fideuá, reza a lenda que o cozinheiro de um barco nunca conseguia servir quantidade suficiente de arroz à banda para a tripulação. Porque o capital, um grande admirador da receita, comia tanto, que não sobrava nada a pros marinheiros. Na tentativa de que sobrasse comida, o tal cozinheiro teria trocado o arroz pelo macarrão. Pensando que assim o prato seria menos apetitoso o capitão.
Se o capitão comeu menos eu não sei. Mas aqui, quando a gente faz não sobra. Para ficar mais emocionante eu acrescentei o chouriço espanhol. Aquela linguiça repleta de páprica. Bora para o prato então.
Antes de tudo, é importante lembrar que essa receita fica mais saborosa se tiver um caldo de peixe ou camarão. Aqui ensino a fazer o de camarão.
Fatie o chouriço espanhol, umas 150g bastam, e leve a uma frigideira quente com 1 colher de chá de azeite. Junte 1 cebola picada e deixe suar um pouco, depois acrescente o 2 dentes de alho picados.
Acrescente 1 pimentão vermelho e 1 verde, dos pequenos, picados em cubinhos. Deixe todo mundo refogar uns 3min.
Junte 1 lata de tomate pelado e misture bem. A idei é ficar um molho bem grosso, rústico e pedaçudo mesmos. Reserve. Neste ponto, ligue o forno no máximo e deixe aquecendo.
Como faltou verba, não teremos frutos do mar, somente um bendito camarão. Tempere-os com sal e pimenta preta e doure-os rapidamente em uma frigideira BEM quente, só para selar e dar uma cor. A ideia é que fique mais cru, para terminar de cozinhar no molho. Reserve. Volte ao molho.
Quebre meio pacote de cappelini e junte ao molho. Misture bem para incorporar os temperos.
Com a panela no fogo junte parte do caldo de camarão e mexa bem para que o macarrão comece a absorver o líquido.
Junte o restante Coloque o caldo de camarão até quase cobrir e leve o forno pré-aquecido. Quando o caldo secar e as bordas escurecerem estará pronto. Isso deve levar o mesmo tempo que a massa exige para ficar cozida (esse tempo está na embalagem). Salpique cheiro e verde e se quiser ousar, sirva com aioli.