Prepare um vinagrete para duas pessoas com 1/2 cebola roxa em rodelas finas, 2 jilós em rodelas finas, 1 maxixe em rodelas finas. Tempere com 1 limão, 2 colheres de azeite de oliva, cheiro verde (salsa e coentro). Misture tudo e sirva com o que quiser. Mas fica ótimo com carnes de churrasco, assados risco e mexidos.
O verão é esse coisa linda e louca que nos arrebata de fora pra dentro fazendo aquecer até o meis gélido dos corações. O probelma é que entre uma cerveja e outra temos que comer. Nessa hora nada melhor que uma boa e consistênte salada, mas essa não qualquer uma. Vale por uma refeição.
Eu sou goiana, monotemática e acabei de chegar de féria com um estoque renovado de pequi, o meu ingrdiente favorito no mundo. Daí que to enfiando pequi em tudo. Até uma paella com o danado eu fiz!
Nesse caso ele vem acompanhando de outras duas coisas que eu amo: jiló e manga verde. É, manga verde, você leu certo. Todo mundo gosta de manga madura. Mas lá no Goiás a gente gosta MESMO é de manga verde. Ou melhor, de vez. É quando a fruta não chegou lá ainda, mas também já não está travando a língua. Aí a gente “casca” e come com sal na pressa de não aguentar amadurecer.
Uns chamariam de thai, de thailandia, mas eu chamo de cai, de caipira. Bora pro preparo.
Você vai precisar de uma manga verde cortada em espaguete com a ajuda de um fatiador/descascador de legumes. Mas ela deve estar com a casca bem verde e firme, com as maduras não funcionará. Reserve em água gelada.
Também pré-prepare 1/2 xícara de chá de cubos de frango. Basta grelhar no azeite quente e quando estiver dourado banhá-los com o suco de 1 limão misturado com sal e pimenta-do-reino. Deixe o suco secar e reserve os franquinhos.
A parte corte 1/2 xícara de chá de tomatinhos cereja ao meio e 1/2 xícara de chá de jiló em meia lua finamente. Fatie a pimenta. Escorra 1/2 xícara de chá de polpa pequi em lascas na conserva e branqueie. Junte 1/2 xícara de milho verde cozido e debulhado (ou use em lata).
Monte a salada misturando todos os ingredientes. Para temperar junte 1 parte de suco de limão para 2 partes de azeite de oliva com 1 colher de café de sal. Bata um pouco para emulsionar.
Regue a salada com o molho de limão e finalize com a pimenta de cheiro ou dedo-de-moça se quiser sardência e 4 cebolinhas verdes picadas.
Taí uma coisa que é gostosa. Couve. Cozida, refogada, na manteiga, no bacon e até crua. Eu adoro salada de couve. E daí que nesse calor almoçar um prato geladinho e cítrico é bom para o moral. Pra complementar a couve marinada no limão eu incluí cebola roxa crocante, tomate, pimenta de cheiro e jiló. Jiló? Sim, jiló.
Tá, tá, tá… você odeia jiló. Eu sei. Mas na verdade não odeia não. Você nem sabe direito o gosto que tem, ouviu falar que é amargo e tal, mas comer mesmo, não comeu. Odiar jiló é que como acreditar no Papai Noel. Quase que um inconsciente coletivo paranoia delirante.
Parte da culpa disso é do Gonzagão. A gente cresceu cantando:
Ai, quem me dera voltar Pros braços do meu xodó Saudade assim faz doer E amarga que nem jiló
Sim, ele amarga, mas não mais que uma IPA e bem menos que jurubeba. Mas vale lembrar que ele é um parente da berinjela (da família das Solanaceae do gênero Solanum) e se comporta de forma semelhante, dá para fazer, por exemplo, um babaganuche de jiló. Além disso ele é rico em proteínas, sais minerais como cálcio, fósforo e ferro e as vitaminas B5 e C. Então se dê essa chance em 2015 e coloca ai na listinha de promessas: eu vou provar jiló. Pra facilitar seu check list segue a receita com truque para diminuir o amargor do jiló.
Corte a couve bem fina. Ou compre fatiada na feira. Corte a cebola roxa em meia lua finamente e coloque de molho na água bem gelada para tirar o sumo forte dela e e fatie o jiló em rodela finíssimas. Esse é o truque que vai reduzir o amargos em 90%.
Marine tudo com suco de limão. A quantidade deve ser suficiente para envolver todos os vegetais.
Há um tempo recebi um convite para participar da edição especial de 10 anos da revista Prazeres da Mesa. Finalmente saiu e o Sem Medida tá lá, lindão representando. A receita tem a minha cara e combina elementos que amo, e fazem parte da minha história e da minha cozinha: porco, milho, pequi, farinha, jiló…UFA!
Era uma vez um bando de bêbados num boteco em Quirinópolis (GO). Lá pelas tantas, os ébrios exigiram que o dono da casa os servisse pamonhas di sal (salgada), mas o lote do dia era finito. O dono informou aos fregueses “animados”, de nada adiantou. “Só arredamo o pé daqui, depois de cumê pamonha di sal”.
Na ânsia de se livrar da trupe, o dono correu na cozinha e disse pra sua esposa: Chica dá um jeito, eles só vão embora depois da pamonha. Dona Chica que de boba não tinha nada, no desespero socou todos os ingredientes da pamonha à moda numa panela de barro, cozinhou e mandou assim mesmo pro salão. Ao ver a panela fumegante, os exaltados clientes indagaram “Essa Chica ficou Doida?”. Mas provaram e gostaram e assim nasceu a Chica Doida.
O causo acima foi contado por minha mãe, que disse até conhecer a tal Chica. Não me cabe investigar a verdade dos fatos, dou-me por satisfeita com a lenda que está toda trabalhada na coerência e duvidar da mãe é pecado. Pois fato é que se come Chica Doida em todo Goiás. Uma corruptela pra lá de honesta da nossa magnânima pamonha di sal. Ela leva queijo meia cura, linguiça, jiló, bacon, manteiga, e claro, milho, muito milho, verde e fresco.
RECEITA
Chica Doida (para duas pessoas famintas)
Ingredientes
4 espigas de milho verde fresco (ou 4 xícaras)
Bacon a gosto (1 xícara no mínimo)
Linguiça de porco apimentada (vale sem pimenta para os mais sensíveis) fresca a gosto (1 xícara no mínimo)
Pimenta de bode (ou de cheiro, ou dedo-de-moça) a gosto
4 jilós cortado em quartos (fica bom, eu juro)
Queijo meia cura em cubos a gosto (1 xícaras no mínimo)
1 colher de sopa de manteiga sem sal
1 cebola picada em cubinhos
2 dentes de alho bem picadinhos
Sal a gosto
Cheiro verde a gosto
Preparo
Passe os grão de milho no processador ou no liquidificador até formar uma pasta. Caso esteja muito sólido e seco acrescente um pouco de leite para ajudar a triturar, mas só um pouco.
Em uma panela funda e grossa frite o bacon e a linguicinha em sua própria gordura até dourar. Acrescente a cebola picada, deixe dourar também. Na sequência coloque o alho, o jiló e a pimenta. Deixe fritar mais um pouco para que fique tudo bem douradinho
Nesse refogado coloque a pasta de milho e deixe cozinhar até mudar de cor, cerca de 10 minutos. Depois acrescente os cubos de queijo e deixe derreter. Finalize com a manteiga. Sirva quente.