Cidade eterna: as melhores dicas que você precisa saber sobre Roma

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Faz tempo, muito tempo que quero escrever sobre Roma. Mas adio porque sempre esbarro no receio de pretender algo que não me cabe.

A arquitetura – que confunde ruínas, monumentos e obras de arte que mudaram a humanidade. Os romanos, o povo menos deslumbrado e mais auto-confiante do mundo. E por fim, com a comida.

Tudo isso me intimida.

Só que  toda vez que um amigo vai pra lá eu me meto a dar dicas e tudo mais a respeito. Então porque não anotar o que vivi num único lugar?

Sem mais, vou listar a seguir as coisas que mais gostei nas duas vezes que tive o prazer de visitar a cidade.

Claro, todas elas, mais de mesa.

As grandes receitas que você ama ou ainda vai amar são de lá: Carbonara, Amatriciana, Cacio Pepe…Sem contar que em Roma, em qualquer hora do dia, um drink não faz mal a ninguém. Ao contrário. Os romanos bebem sem culpa e sem vexame.
1 – Pastas maravilhosas: Cozinha romana tem uma seleção de macarrão de dar gosto. Carbonara (ovo, guanciale e pecorino), Amatriciana (tomate, panceta, peperoncino), Cacio Pepe (queijo pecorino e pimenta do reino), gricia (amatriciana, mas sem tomate) e gnocchi alla romana (de semolina).
Dica esperta:
fuja das tratorias próximas aos pontos turísticos, geralmente são caras, para pegar visitantes desavisados.
Onde provar:
Est artigiani del Gusto – total fora da rota turística, meu favorito para as massas e tiramisu. Tudo levíssimo e serviço acolhedor e eficiente.
– Roma Sparita – saiu no Antony Bourdain por isso bombou e pede reserva.
– Roscioli – carbonara e dos deuses, mas tem que reservar ou comprar e comer na rua.
– Trattoria Sora Lella – pedir o gnocchi alla matriciana e o ragu bianco de vitela. Sem contar que fica do lado do Rio Tevere. De nada.

2 – Pizzas: é obrigatório provar pizza al taglio (pizza quadrada vendida em pedaços por peso com preços bem acessíveis). Tem uma loja delas em cada esquina, com inúmeros sabores, para pegar a e sair andando ou comer de pé no balcão. Nessas mesmas casas, há ainda o suppli, bolinho de arroz, primo do arancini, recheado com ragu e queijo, de morrer de bom. Outra maravilhosidade local é a pizza bianca, uma espécie de pão chato com casca crocantíssima e milho macio e aerado.
Dica esperta:
Verifique horários de funcionamento das casas antes de botar o pé na estrada (Trip Advisor dificilmente falha). Os italianos são bem livres nesse aspecto, abrem quando querem.  Também não tente pedir uma pizzas com dois sabores, muito mudar algum item. Aliás, isso vale para qualquer prato. Isso é como xingar a mãe de um italiano.

Onde provar:
– Forno Campo de Fiori – melhor melhor pizza bianca, e lógico, bombadíssimo, ainda mais porque está numa região super turística.
– Panifício Mosca – diversos pães e uma pizza bianca de tirar o chapéu. No Vaticano, então dependendo de onde estiver hospedado, vale checar se está aberto antes de ir pois eles têem horários funcionamento malucos.
Obica Mussarela bar – lugar fancy, obviamente especializado em muçarela que é feito ali na casa com selo D.O.C.. Ela compõe pizzas, burgueres, saladas, tostadas…Um deleite. Também tem ótimos coquetéis
– Baffetto – para pizzas redondas. Serviço difícil, mal humor é bonus, tem fila e não aceita cartão, mas a pizza é deliciosa. Próximo a embaixada do Brasil, na Piazza Navona. Se quiser encarar…

3 – Bares e botecos
Comer e beber em Roma ganha ares de hedonismo puro. Ninguém julga, nem é julgado. O tal dolce far niente vivido na sua plenitude. Se jogue.
Dica esperta: Os bares italianos, incluindo os de Roma, têm uma tradição maravilhosa. A hora do Aperitivo, que poderia ser só um equivalente ao happy hour, fica bem melhor. Se durante esse período, que geralmente vai das 18h às 21h, você pede um drink, tem direito a comidinhas. Algumas casas oferecem bufê, outras mandas petiscos na sua mesa.  Não consigo conceber nada melhor do que beber e ganhar comida.
 
Onde provar:
– Bar del Fico, um lugar clássico do aperitivo dos romanos (das 17h ate máximo 21h), na via del Fico, fica todo mundo na calçada. Pedindo um drink você pode usufruir do farto bufê.
– Open Baladin – bar da icônica cervejaria artesanal italiana. Cervejas em spina (troneira) com cardápio de comida bem bom.  Fica perto do Roscioli e de diversas galerias de arte.
– Latteria – no Trastevere, o bairro boêmio baladeiro de Roma, para curtir o aperitivo com bons drinks e boas cervejas artesanais. O bairro fica lotadíssimo no verão, nível micareta. Outros bares na região: Bir & Fud e o pub cervejeiro Ma Che Sei Venuto a Fa!
4 – Gelato 
Gelato, gelato, gelato. Tome gelato todos os dias. Experiente os de fruta como melone (melão) e fragola (morango) que são completamente diferentes do que se encontra no brasa.  Mas qualquer um vale a pena.
Giolitti – enorme e no meio do burburinho, lotada, mas vale a pena.
Lemongrass – menor e mais afastada, mas tem sabores incríveis como floresta negra cheio de amarena.
Gelateria del Teatro – maravilhosa, abusa dos ingredientes frescos da estação. E o lugar é maga fofo.
Frigidarium – muito mainstream, cheia de turista e fila, mas vale se você estiver por ali agarrar o seu gelato do dia.
 
5 – Ícone
Mais que uma comida, um ícone: Filetto de baccala, um file de bacalhau fresco enorme, empanado, frito na hora e maravilhoso. O melhor de Roma é servido numa portinha que fica lotada em minutos depois de aberta. Por tanto, chegue cedo porque vale cada mordida. Se for no outono peça Puntarelle alla Romana, uma verdura maravilhosa que só tem nessa estação.  Em qualquer época do no couvert de anchovas com manteiga e pão da casa.
Outras dicas de Roma:
– A água dos bebedouros de rua é potável e super fresca, então não gaste seu dinheiro comprando garrafinhas. Guarde uma e vá enchendo pelo caminho.
– O Café romano não é lá essas cocacolas. Sério, vale tomar um expresso curto para sacar qualé, mas o café Brasileiro é muito melhor. Outro clássico da cidade é o tiramisu do Pompi, muito incrível. Piazza di Spagna.
– No Campo dei Fiori tem a feira livre mais famosa da cidade. Apesar de ser muito bombada e ter perdido um pouco da tradicionalidade local, vale a visita. Acontece todos os dias (menos domingo) pela manhã, até o meio dia.
– No tradicional bairro de Testaccio tem um mercado com sanduíches maravilhosos.

– O metro fecha cedo em Roma, mas a cidade tem ônibus noturnos “a bastanza”. E o app Movit funciona bem por lá.

– Hipsters de plantão podem colar nas regiões de Pigneto e San Lorenzo, toda uma cena alternativa para curtir totalmente fora do circuito.

Onde ir no Peru: Feira Gastronômica Mistura

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Como eu já comentei aqui, no início do mês passado eu tive a sorte de ir à Lima, a capital gastronômica do nosso vizinho Peru.
A viagem foi tão elgal que estou dividindo o melhor do que eu vi por lá em uma série de posts. A ideia é contar o que mais gostei sem ficar cansativo para vocês, meus queridos leitores, que perdem seu precioso tempo, lendo minhas pataquadas.   

Não por acaso fui bater e Lima logo na ocasião do Mistura, este que talvez seja o maior evento de gastronomia da América Latina. Se não o maior, é com certeza o mais impressionante. Isso porque a gastronomia é o futebol deles, o Mistura é a copa.

Durante 10 dias a área da cidade conhecida como a Costa Verde, no distrito de Magdalena del Mar, recebe pequenos agricultores de todos os cantos do país, cozinheiros, padeiros, confeiteiros, donos de restaurantes, vendedores ambulantes, institutos de culinária, estudantes, foodies do mundo todo e qualquer um que goste de comer. 

Há quem diga que grande parte disso é publicidade nacional. Mas truques de mkt à parte, a beleza do evento é que ele é uma causa nacional. Os peruanos de fato vivem o Mistura.  É um evento da família, um passeio de domingo onde chefs locais hypados se misturam a cozinheiros simples de diferentes cantos do país. É uma relação com a gastronomia bem diferente da nossa. Pelo menos para quem vê de fora, num primeiro momento, é.  É antes de tudo mais democrático e acessível.

A entrada custa 25 soles, algo em trono de R$ 25, todos os pratos custam 13 soles.  É possivel se fartar de ceviche por míseros R$ 13. E que fique claro que as porções não são minúsculas. Tanto que o ideal é dividí-las para provar o maior numero de coisas. Para você terem uma ideia, em 4 dias no Peru provei mais de 60 pratos, incluindo uns 3 menus degustação. Entre eles,os pratos do mistura e que não pude trazer na mala:

 

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Arroz de camarão. O camarão de lá tem essa cor laranja intenso. Maravilhosos serbido com salada de pimenta e cebola com arroz molhadinho com ervilhas e palmitos em cubinhos.

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Aji de galinha: cozido caseiro nativo feito a base de aji amarilo que leva frango cozido e desfiado, engrossado com pão embebido em leite ou  creme de leite. É servido com batatas cozidas, arroz branco e lascas de parmesão. É uma delícia.
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A Pachamanca é um dos pratos mais antigos e representativos da gastronomia peruana. Na livre tradução da quéchua, língua inca, significa pote de terra. Uma alusão à forma de preparo da receita em que diferentes tipos de carne (suína, bovina e aves),  tubérculos (batata e batata-doce) e milhos em forma de tamale (uma tipo de pamonha) são cozidos em um recipiente e enterrados em um buraco na terra e tapados com fogo para cozinhar.

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Ceviche. E finalmente o ceviche clássico peruano.

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 Cuy: é meio bizarro, mas os peruanos adoram comer esse roedor. O fazem assado na brasa como churrasco.

 

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Milhos: no Peru  tem tanta variedade de milho que eu nem sabia que existia. Tanto que trouxe milho na mala (sou dessas) alguns. Um deles  é  mais adocicado e com grãos enormes. Tem até uma versção de milho roxa, da qual se faz chicha morada (a Lu, amiga querida que estava na viagem, ensina como fazer no seu blog)

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Picarones: trata-se de uma sobremesa peruana do período colonial feita a base de abóbora e batata-doce. A massa mole e leve é aberta em formato de rosquinhas sobre o óleo quente e posta a fritar imediatamente. São servidos cobertos com caldas dosces de diferentes sabores, inclusive de chicha morada.