Carne moída: amor eterno, amor verdadeiro

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Esqueça aquele refogado acinzentado com cara de cansado que você sapeca para o almoço e depois sofre só de ver a tupperware com as sobras abandonada no canto da geladeira.  A carne moída quando bem tratada vira diva das refeições. Com apenas 1 único quilo você pode fazer render inúmeros pratos diferentes.

Para te ajudar no rolê, passo a seguir umas dicas essenciais de compra, armazenamento e de quebra receitas maravilgods para tirar o tédio desse ingrediente que mais que nosso amigo, é nosso friend na cozinha.

1 – JAMAIS compre carne já moída em bandeja. Sério! Você não tem garantia nenhuma de está comprando nem desde quando aquilo está ali embalado. Escolha um açougue de confiança, faça amizade com o açougueiro (todo mundo tem que ter um amigo açougueiro nessa vida) e peça para moer uma peça de carne na hora. “Mas Larissa eu não tenho tempo para ir no açougue”.  Pois arrume! Se você tem tempo para o Netiflix, você tem para escolher sua comida de maneira descente.

2 – Escolha cortes mais BARATOS para moer. O objetivo de moer a carne e romper as fibras e facilitar a cocção de carnes com textura mais rígida. Ou seja, é meio que burrice moer cortes caros como filé mignon, picanha e contra filé.

3 – Cada corte tem sua finalidade. Para preparos como quibe cru, carne de onça ou steak tartare (se você não for moer na ponta da faca) o mais indicado são cortes magros como peixinho e patinho extra limpos para evitar fibras difíceis de mastigar (olha aí a amizade com o açougueiro fazendo a diferença de novo, dá aquela xavecada e pede pra limpar bem). Já para hambúrgueres e almôndegas, o ideal são cortes com mais gordura, como acém e paleta. Eles vão deixar esses preparos mais suculentos. Ou misturados com elementos ricos em gordura.

4 – Congele a carne moída já porcionada na quantidade que você usa no dia a dia. Assim você vai descongelando a medida certa de usar.

5 – Inove nos formatos com preparos variados que também possam ser congelados um a um. Como nessas receitas aqui: mini almôndegas, polpetones, quibe e claro, burguers.

6 – Na panela, na hora de refogar a carne moída, JAMAIS comece pelos temperos. Doure primeiro a carne em pouca  gordura, em fogo alto e deixe dourar. Só depois tempere com sal, cebola, alho, ervas e aromáticos. Isso evita que a carne fique cinzenta e com aspecto e gosto de cozida.

7 – A carne moída é excelente parceira de marmita. Diferente de outros cortes, ela não corre o risco de passar do ponto ou mudar de textura quando requentada.

8 – A carne moída vira um monte de coisa.  De receitas para o dia a dia a pratos festivos, ela é diva absoluta da praticidade e versatilidade. Por isso, listo abaixo, os hits da minha cozinha para você pegar carona nesse básico.

 

Receita: Bucatini com polpettine e molho pomodoro (mini almôndegas com molho de tomate)

Receita: Polpettine ao curry verde de legumes com cuscuz marroquino

 

Receita: Petiscos de carne de onça ou steak tartare paranaense

 

Receita: Petisco de carne moída agridoce com Sriracha

Receita: Mexidão de carne moída, feijão, arroz e ovo

Receita Passo a Passo: Escondidinho de Batata com Carne Moída e Legumes

Receita de Chili de Carne

Receita: Quibe Assado Recheado com Trigo, Nozes e Coalhada Seca

 

Receita: Shepherd’s Pie (Torta de Carne Inglesa)

Receita: Bolo de carne recheado com legumes e queijo

Receita passo a passo: Charutinhos com folha de uva, repolho e couve

Uma pitada de reportagem: como nasceu o steak tartare

Receita: passo a passo do autêntico molho à bolonhesa (ragú alla bolognese)

Parmegiana Burguer de carne

Receita: Meatball Sub, o Sanduíche de Almôndegas do Joey

Receita: Tutano Burguer

 

 


Receita: cheesecake salgado de tomates confitados

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Esse definitivamente foi o hit do meu verão. Tô tão apaixonada por essa receita que ando meio repetitiva. Já servi em evento, dei de presente para amiga querida de aniver e até sorteei no insta (@semmedida).

Vou explicar o motivo do amor: trata-se de um ou uma cheesecake, só que salgada. Pois éeee. Tá, tá, tá. Eu não sou a primeira nem serei a última pessoa a fazer uma versão salgada desse doce gringo icônico.

Mas na minha vida tal preparo era inédito até então. Nunca tinha comido uma cheesecake salgada.  E além disso, os fãs que me perdoem, mas eu não sou uma entusiasta do cheesecake tradicional americano.  Talvez por isso, apesar de sempre ter acreditado que essa receita ficaria melhor com base de sal, eu nunca tinha me metido a testar.

Mas como a necessidade é a mãe da criatividade,  em janeiro eu tinha que botar um brunch pra 100 pessoas e o espaço do cliente não tinha quase nenhuma estrutura de cozinha. Fácil né? Eu precisava de uma receita que segurasse esse tchan sem perder a ternura e ainda cumprisse a obrigação de ser gostosa. Bingo!

Cheguei nesse chessecake. Não é uma receita difícil, mas tem vários passos, então requer amor. Que eu sei que você tem de sobra pela comida.

Estão chega de blá blá blá e vamos ao passo a passo que é o que interessa.

Serve: 12 pessoas comedidas

Para a base (opcional, para uma receita lowcarb exclua esse passo):

350 gramas de farinha de trigo (3 xícaras de chá)
1 pitada de sal
280 gramas de manteiga gelada cortada em cubos (1 tablete mais uma colher de sopa)
3 colheres de sopa de água gelada

Para a massa:

600 g de creamcheese em temperatura ambiente
200 g de parmesão ralado
3 ovos
1 pitada de sal
1 pitada de pimenta recém-molhada
1 pitada de noz-moscada
1 xícara de manjericão fresco picado

Para a cobertura:

Mini Tomate assado 
200g de mini tomates
1/2 xícara de azeite de oliva

Manjericão frito
1 maço de manjericão anão
1/2 xícara de chá de azeite de oliva

Pesto de tomates assados
300g de tomates maduros porém, firmes
1 xícara de azeite extra virgem
2 colheres de sopa de vinagre balsâmico
1 xícara de amêndoas em lâminas tostadas
2 dentes de alho
1 colher de café de páprica picante

Preparo 

Base

Pré-aqueça o forno a 180º C.  Faça a massa Em uma tigela junte a farinha e a manteiga misturando com as pontas dos dedos até forma uma farofa. Junte a água gelada e amasse mais um pouco ate virar uma massa lisa. Não sove, porque a ideia é que a massa fique crocante. Se sovar o glúten vai desenvolver e ela ficará elástica.

Cubra uma assadeira de fundo removível com a massa, faça furos com o garfo na superfície e reserve na geladeira por alguns minutos só pra firmar um pouco. Leve ao forno e deixa achar por uns 20 minutos.

Coberturas
Enquanto a massa assa, vamos dar encaminhamento às coberturas. Trabalhando os dois tomates.  Comece pelos grandes. Corte-os no sentido do comprimento e retire as sementes. Tempere com sal e deixe descansar em um escorredor de macarrão por uns minutos. Coloque-os numa assadeira untada com azeite com a casca para baixo e uns 2 dentes de alho grandes com casca.

Leve ao forno até que eles sequem, coisa de 15 a 20 minutos. Retire e deixe esfriar.

Em paralelo. Corte os mini tomates ao meio no sentido do comprimento. Coloque-os numa assadeira untada com azeite com a casca para baixo. Tempere com uma pouco de sal.

Leve ao forno até que eles sequem, coisa de 15 a 20 minutos. Retire e deixe esfriar.  Depois transfira para um pote e envolva-os com azeite extravirgem. 

Verifique se a massa já assou. Se sim, retire do forno e deixe descansando. Volte para o recheio.

No copo do mixer ou no liquidificador coloque os tomates grandes assados, o azeite, a amêndoa (só metade, o resto deixa pra decorar), o balsâmico, a páprica, os alhos assados (sem a casca que deve sair facilmente) e 4 pedras de gelo. Bata até formar um molho pesto cremoso. Prove o sal.  São tantos passos que não fiz foto desse. :(
Reserve o pesto fora da geladeira e vamos a massa do cheesecake.

Numa batedeira ou com a ajuda de um mixer com fuet, bata o creamcheese ate que ele fique bem lisinho e aerado.

Junte o queijo parmesão, o manjericão picadinho, a noz-moscada, a pimenta moída, o sal, e bata mais um pouco. Por último junte os ovos e misture manualmente e de forma suave. Não bata os ovos para não incorporar ar, afinal de contas não queremos um suflê.

Despeje essa mistura sobre a base e asse por 20 a 25 minutos em 180 graus.  Retire do forno e deixe esfriar completamente.

Enquanto a massa esfria, vamos fritar os manjericões. Solte as folhas que devem já estar limpas e secas. Aqueça uma frigideira com azeite suficientes para cobrir todo o fundo. Esse processo é super delicado, o óleo deve estar quente, mas não SUPER quente. Se você colocar a mão próxima a panela, deve sentir um calor suportável.

Coloque as folhas e vá controlando a fritura salteando a panela numa brincadeira de perto e longe do fogo. Quando as folhas começaram e ficar transparentes já tire do fogo e continue salteado para que elas termines de vitrificar. Retire delicadamente da panela e deixe escorrer em um prato com papel toalha.


Na hora de servir, lambuse a massa do cheesecake com o pesto e espalhe os mini tomates sobre ele. Eu fiz um pouco de mini tomate assado em rama para dar um charme na montagem. Mas não é necessário. Salpique o manjericão frito e as amêndoas tostadas.

Cheesecake pode ser mantido até 5 dias na geladeira, mas sem a cobertura.


Receita: Estrogonofe de frango com bacon chora sociedade

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Imagine palitinhos de frango enrroladinhos um a um, recheados com bacon e depois submersos em um maravilhoso molho trabalhando nos cremes e temperos. Trata-se do estrogonofe DE FRANGO COM BACON ou a melhor larica da história. Aquele tipo de receita que ignora solenemente os 10 mandamentos alimentares da nutrição pós-moderna que se você não segue morrerá no ano que vem.

Aqui tem carbs (dois tipos), tem bacon, tem frango e tem lactose (dois tipos), tem catchup e tem mostarda. Esse prato é praticamente um ato de resistência do molho rosê raiz oitentista que construiu o paladar de metade da nação brasileira.

Mas também tem história. Eu aprendi essa receita com a mãe de uma amiga querida a @. Numa fase difícil da minha vida de xófen estudante.  Recém-chegada do Goiás em São Bernardo do Campo, só 17, uma malona e muitos sonhos. No pensionato só para meninas deparei com um mundo novo e mais uma vez hostil. Ninguém gostava de mim. Assim, di grátis, eu que era cheia de amigos, líder da turma na minha terra, tarra ali, como diz meu pai, jogada pras cobras. Aconteceu de tudo, no pior estilo sessão da tarde garotas malvadas.

E eu, que não sou de desistir, tava quase jogando a toalha e voltando a pé pra Rio Verde quando chegou a Melissa. Uma loura linda, rica e comédia. Com autoestima suficiente para não aderir ao bonde das “Maria vai com as outras” que convenciam a todas na pensão de que o mau do século estava personificado naquela neguinha caipira. Melissa, eterna namorado do Juninho, filha do tio Laerte e da tia  Duda, me chamou de amiga, me levou pra casa da família para fins de semana maravilhosos, me trouxe a mala da Paloma (<3), dividiu apartamento comigo por uns 5 anos e me apresentou o estrogonofe de FRANGO COM BACON NO PALITO.

(Mel, obrigada por dividir suas marmitas comigo e por ter um dos caráteres mais fortes que já conheci. Sempre que como essa receita lembro de você e da sua grande, amada e acolhedora família. Saudades sempre.)

Eu sei que posso apanhar por esse post polemicamente saudosista e malandramente indulgente. Mas tamos aí, dando a cara a tapa em nome do apego, da memória afetiva e do amor envolvido em cada garfada que damos na vida. Só pra lembrar que comida é muito mais que proteína, carboidrato, açúcar e gordura.

Vem que tem.

 

Corte o filé de frango em tiras como na foto em cima, tempere com pouco sal e pimenta-do-reino. Aqui tem 500g, mas desapegue da quantidade, pense na sua fome.  Corte o bacon em tirinhas finas também como na foto.

Faça rolinhos com o o frango envolvendo o bacon. Como no vídeo acima. Reserve e vá para o molho.

Coloque na panela 2 latas de tomate pelado, 2 colheres generosas de manteiga sem sal, uma cebola grande cortada ao meio. Tempere o molho com páprica picante e doce em pó, pimenta-do-reino moída, noz-moscada, 1 colher de sopa de catchup, 2 colheres de mostarda, uma pitada de sal e deixe ferver por até que fique um molho grosso.

Quando o molho estiver bem grossinho, acrescente cogumelos paris (umas 200g), o frango no palito e 1 xícara de vinho branco seco. E deixe reduzir de novo porque o frango e vinho vão deixar o molho mais ralo.

Quando o frango estiver cozido e o molho reduzido, acrescente o creme de leite. Eu usei o fresco, mas o de lata serve também.

O creme não deve ferver. Então abaixe bem o fogo ou desligue e mexa bem para todo mundo fazer amizade com ele. E está pronto.

Sirva com arroz branco e batata coradas, fritas, cozidas ou assadas. O importante aqui é a REDUNDÂNCIA de carboidratos.

 

E lembre-se sempre: Quem põe a mesa, todo dia, seja em casa, na vida, no quilo e no PF da esquina ou no restaurante estrelado, tá pondo ali um pouco da sua história e do que tem pra dar.  E no fim, o que todos querem e esperam é ficar plenamente satisfeitos.