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* por Jéssica Marinzeck

Que a Itália possui um vasto histórico na produção vitivinícola, isso você já sabe. Mas a Sicília, maior ilha no Mediterrâneo, foi durante muitos anos pouco reconhecida por seus vinhos. O rótulo de maior destaque ficava por conta de seu vinho fortificado, o Marsala.

Mas hoje, em 2015, é sabido que a Sicília possui muito mais a oferecer. Só que a história da produção de vinho e cultivo das vinhas nessa região, começa muito antes do que imaginávamos. Não é a toa que os Sicilianos não se sentem parte da terra-mãe. Pela ilha passaram fenícios, gregos, romanos, góticos, bizantinos, mouros, normandos, franceses e espanhóis, cada um deixando a sua marca. Mas foram os gregos que se instalaram nas costas da Ilha e trouxeram consigo cepas de melhor qualidade, além das técnicas de vinificação.

O clima na Sicília, não poderia ser outro: Mediterrâneo. Caracterizado por verões quentes e secos e invernos mais amenos e chuvosos. A topografia e as características dos solos mudam bastante de leste a oeste e de norte a sul da ilha. O sul é mais árido e possui uma vegetação mais baixa, diferente do norte que é mais montanhoso. Ao leste encontramos o rei da Sicília, o vulcão Etna, que proporciona um terroir único na região, obviamente vulcânico e com vinhos surpreendentes.

Além dessas características, a Sicília possui uma lista de uvas locais que produzem vinhos bem curiosos. Claro que você já deve ter ouvido falar da Nero D´Avola, a tinta mais conhecida na região, que sempre aparece em blends com as famosas Merlot e Cabernet Sauvignon. Poucos são os produtores que sabem tirar o melhor da Nero D´Avola, é importante pesquisar.

Duas uvas tintas têm aparecido cada vez mais em vinhos Sicilianos, e eu estou falando da Nerello Mascalese e Nerello Capuccio. O blend dessas cepas  é bastante comum, e para aqueles que gostam de vinhos ao estilo Barolo e Borgonha, tá aí uma opção! Outra tinta, a Frappato, pode aparecer sozinha ou em corte com as uvas citadas acima, seus vinhos são em geral mais encorpados e frutados.

A Sicília também possui uma gama de uvas brancas locais bastante interessantes: Catarrato, Inzolia e Grillo são nomes que você irá ouvir falar.

O número de uvas internacionais plantadas nessa região também é grande. Já mencionei a Cabernet Sauvignon e a Merlot, mas há um destaque para a Syrah, que se adaptou muito bem à ilha e a Chardonnay, que aparece em cortes com as brancas locais.

Se você ainda não provou nenhum vinho da Sicília, fique com duas dicas minhas:

´- Nero D´Avola Campo di Marzo Terre Siciliane IGT 2013

Um vinho simples, correto e que acompanha perfeitamente a massa de domingo.

Na Evino, por R$ 31,90

 

 

– Curatolo Arini Baglio di Luna Nero D´Avola 2013

Um pouco mais complexo que o primeiro, mas também fácil de ser apreciado e de agradar.

Na Decanter, por R$ 54,90

Espero que tenha gostado de se aventurar um pouco mais pela Sicília.

Tchau!

 

* Jéssica Marinzeck  “Sommelière Certificada pela Court of Master Sommeliers, na Europa e nível 3 na WSET de Londres. Comecei minha experiência com vinhos na Europa e hoje sou Coordenadora de Compras do site Evino. Sou criadora do ‘O Canal do Vinho’ no YouTube e lanço esse ano meu primeiro e-book o ‘Básico do Vinho’.”

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