O Dia do Macarrão foi criado em 1995, durante o 1º Congresso Mundial de Pasta, em Roma, na Itália. Aquela que apesar de não ter sido sua criadora, é a terra da massa por excelência, onde comi o melhor carbonara de todos os tempos da minha vida.

Mas de onde vem o macarrão? Em conversa com o professor de história da Gastronomia do SENAC, Sandro Dias, eis que fico sabendo que o preparo está entre nós há mais de 4 mil anos. “Uma descoberta feita no sítio arqueológico de Lajia, perto Rio Amarelo, no noroeste da China, revelou o que seria o mais antigo macarrão da história”.


Tratava-se de um único fio, com 50 cm de comprimento colocado dentro de um pote de cerâmica. Acredita-se que era feito de milheto, um tipo de milho. “O que torna a descoberta ainda mais interessante, já que o milho é uma espécie natural das Américas”, complementa Dias.

Não que a mala de Marco Polo não contivesse a famosa massa, mas é provável que os árabes tenham apresentando a iguaria bem antes ao Mediterrâneo. “Eles viajavam muito e controlavam todas as rotas de comércio. Na ocasião em que conquistaram a ilha da Sicília, provavelmente levaram consigo o macarrão de origem chinesa”, confirma. 

Mas nem mesmo os italianos são capazes de  entrar em consenso sobre quem inventou a massa. Do cano ao salto da bota, cada qual tem sua versão. A úncia certeza, continua sendo, os chineses.

 

Fregola ou fregula: rústica e saborosa

Como homenagem ao dia do macarrão escolhi a fregola sarda, ou fregula: uma massa seca, rústica com aparência de um grão e muito antiga feita de semolina e tostada ao forno.

É reconhecida também como couscous de Israel graças ao seu formato de bolinhas que variam entre pequenas e menores ainda (2 mm a 3 mm de diâmetro ). A variação maior das tais bolinhas irregulares são chamadas de fregolone.

“A fregola tem origem na cozinha da Sardenha desde a Ligúria, trazida pelos navegadores da Tunísia (colônia de Tabarka) via cultura árabe e berbere, que se estabeleceu no Norte da África”, anota Dias. Tal informação coincide com a origem das massas que conhecemos e suas relações com os viajantes árabes citadas anteriormente.

À mesa ela se presta a diversos preparos como: sopas de frutos do mar; cozida em água e escorrida como qualquer macarrão; temperada com molho de tomate, queijo pecorino ralado (depois derretido) e ervas; ou ainda fervida com cubos de pancetta, tomate e salsa. Há ainda a salada de fregola, servido com tomates e frutos do mar (receita aqui) e até com botarga num preparo análogo ao risoto. Outros ingredientes comuns são o açafrão e o vôngole.

Onde comprar a fregola sarda: Rua do Alecrim

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