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Se há um alimento que consegue ser quase uma unanimidade quando se fala tanto em propriedades gastronômicas quanto de promoção da saúde, ele é sem dúvida o azeite de oliva. Ou de azeitonas.

São tantos os assuntos que ele é capaz de gerar que resolvi dividir essa coluna em duas partes: uma para contar um pouco da história desse alimento de tempos imemoriais, outra para falar sobre os diversos pratos que podem tê-lo como ingrediente – o que inclui doces e até sorvete! Acredite, mesmo depois de cerca de 6 mil anos de uma convivência deliciosa, nosso velho companheiro de cozinha ainda pode nos surpreender…

Senão, vejamos. Da mesma forma que as videiras (ou parreiras, como queira), não se sabe ao certo onde nem quando começamos a consumir azeitonas. Muito menos o óleo extraído da prensagem mecânica dessa fruta (pois é, essa informação me pegou de surpresa).

O nome azeite vem do árabe “az-zait”, que quer dizer… sumo da azeitona! Parece que os fenícios, um povo árabe, e os armênios foram os primeiros povos a consumí-lo. E foi preciso que os gregos e depois os romanos descobrissem essa iguaria para que o azeite de oliva caísse na boca dos demais povos do ocidente. O produto ficou restrito na região do Mediterrâneo por séculos a fio e só depois do descobrimento da América, no século XVI, que os espanhóis resolveram trazê-lo para cá.

A maturidade de uma oliveira é atingida quando a árvore completa entre 150 e 200 anos de idade. Na ilha de Creta, na Grécia, há um espécime que pode ter incríveis 3 mil anos de idade e que ainda produz azeitonas (coisa que ela faz pouco menos de mil anos antes de Cristo nascer!). Essa ilha grega, aliás, é a campeã mundial de consumo de azeite de oliva: 50 litros per capta por ano. Para você ter uma ideia do quanto essa galera gosta de azeite: a média mundial é de 400 ml. Enquanto a brasileira é de 300 ml, a do estado do Rio de Janeiro é de 1,5 litro e a de São Paulo é de 850 ml (o que deve ser explicado pela alta concentração de portugueses e decendentes lusos lá na Guanabara).

Com relação aos benefícios à saúde, o azeite extra virgem concentra ácidos graxos monoinsaturados, como o oléico, além de antioxidantes como a vitamina E, mais de 400 compostos fenólicos diferentes, esteróis livres e hidrocarbonetos como o esqualeno. Todos eles contribuem para a redução do “mau” colesterol (LDL) e a manutenção do “bom” (HDL), a eliminação mais eficiente de toxinas do organismo e até ajudam na prevenção de alguns tipos de câncer e de várias doenças como arteriosclerose, diabetes melitus, hipertensão, doença biliar, dentre outras.

Muitos desses componentes se perdem com o refino do azeite. Por isso, procure dar preferência aos azeites extra virgens, principalmente aos que são engarrafados no mesmo local em que foram colhidos.

Semana que vem, volto para falar sobre o que você precisa saber na hora de escolher um azeite para chamar de seu!

Fontes: ICEX, OLIVA e Azeite Gallo;
Crédito da foto: Olive Oil Explorer

 

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