Leite, gemas e açúcar. Não dá para ser mais simples a combinação que faz a minha sobremesa favorita no mundo: o creme brulée. Eu não sou de doce, para mim, sobremesa é queijo. Mas o brulée não é uma sobremesa super doce. O açúcar queimadinho dá um toque levemente amargo que me encanta.
E eu tenho a sorte de ter uma marido que cozinha, e além disso, é especialista em creme brulée. Amém. E desde que recuperamos o nosso maçarico, tudo, mas tudo aqui em casa, termina em creme brulée. E mesmo quando não tem creme, a gente aplica o brulée no arroz doce, no queijo do sanduíche, nas frutas…
O brulée, vem do francês, significa queimado – uma referência óbvia à casquinha crocante de açúcar queimado que cobre o creme, leve como uma nuvem. Mas curiosamente, a origem da receita, converge para a Inglaterra. Escoffier, e os outros especialistas em culinária francesa, se quer citam o preparo em seus livros de registros clássicos. Inclusive, e a maioria deles concorda que o mais provável é que ele tenha vindo mesmo do Reino Unido. Há citações do prato em livros ingleses do preparo em livros de receitas do século 17.
Não por coincidência, a receita é muito semelhante a do Crème Anglaise (Creme Inglês). Na virada do século XX, o Creme Brulée tornou-se uma sobremesa favorita da Universidade de Cambridge, na Trinity College, onde também era conhecido como Creme Trinity.
Seja na Inglaterra, na França, na Espanha (crema catalana), em Portugal (creme-leite ou creme queimado) ou na banalização que o creme brulée está sofrendo na minha casa, ele continua delicioso. E contei isso tudo aqui não só para passar inveja em todos vocês, mas para indicar a receita. Faça já o creme brulée do Chef à Parter.
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