Receita: Arroz de brócolis com passas e castanhas de caju e amêndoas

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Essa receita é da minha mãe, especialidade da casa. Uma tradição de natal para acompanhar o lombo de porco braseado. Daquelas combinações simples, com ingredientes que todo mundo tem à mão, mas que alegra a ceia e se bem-feito, rouba a cena do prato principal.

Eu já fiz inúmeras variações: troquei o arroz branco por arroz basmati, mini arroz e até arroz negro. Já inclui bacon, amêndoas e também ovo mexido. Garanto, todos os jeitos ficam maravilhosos. E spo agora, em 2017, eu me atentei para o fato de que nunca publiquei essa receita aqui.

Então, antes que o mundo acabe, segue o arroz de brócolis da tia Neuza.

Ingredientes

Para 6 pessoas

3 xícaras de arroz branco cozido (ou arrozes de sua preferência)
1 maço de brócolis aquele tipo couve (vale o ninja, mas fica menos saborosos)
1 cebola picada em cubinhos
1 dente de alho picado ou ralado
2 colheres de manteiga
1 xícara de castanha de caju
1/2 xícara de uva passa preta
½ xícara de uva passa branca
½ xícara de bacon picado (alô vegetarianos, o bacon é opcional)
Coentro e salsinha a gosto

Preparo
Antes de começar, separe as flores dos talos do brócolis. Pique os talos mais macios em pedacinhos pequenos e reserve a parte.

Aqueça uma panela com água abundante e escalde as flores dos brócolis (as arvorezinhas). E depois resfrie em agua corrente. Reserve.

Em uma panela de fundo grosso, coloque 1 colher de chá de manteiga e leve ao fogo. Se for usar bacon, coloque nesse momento e deixe ele dourar.

Na sequência junte as castanhas e amêndoas.

Se for usar cebola junte aqui e deixe suar. Acrescente o alho. Sinta o perfume do amor começando a tomar forma.

Junte os talos e folhinhas de brócolis bem picadinhos. E se desejar e for fã, os talinhos de salsa e coentro. Juro que isso dará um tchan no sabor.

Envolva todo mundo nessa manteiga temperada e deixe que soltem sabor e tudo fique brilhante e perfumado.

Em seguida, acrescente o arroz cozido e mexa para garantir que ele seja abraçado toda essa galera que estava ali antes.

Acrescente as flores de brócolis escaldadas. E se necessário, sempre é, finalize com mais uma colher de manteiga.

Prepare-se, porque vai dar briga. De nada!


Receita: salada de (mini) arroz com feijão fradinho

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Segunda é aquele dia de dar uma limpada na barra e tals depois das jacas devidamente calçadas no fim de semana. Então a gente das as mãos para a culpa judaico cristã e vai ao encontro de uma salada.

Mas, éeeeeeee, tem um sempre um mas. Como a nois é besta, mas nem tanto. Investimos numa salada maravilhosa banhada no sabor, na alegria e no azeite. Porque de gordura boa não abriremos mão nem na segunda. E nem de carboidrato.

Aliás, aguardando sentada o dia em que todos farão fila para se redimir diante do nosso amigo carbs. Batatas, mandiocas, arrozes serão aclamados e levados de volta ao topo da cadeia nutricional.

Tá, parei.

Vamos a receita. Como sempre, freestyle.

 

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1 –  O ARROZ: Cozinhe uma xícara de arroz (ou aproveite sobras de arroz da sua geladeira) de sua preferência e do  jeito que você sempre faz. Vale integral, agulhinha, vermelho, preto, jasmim, basmati, o importante é ser arroz. Eu usei o mini, porque eu amo esse arroz, eu basicamente casei com esse arroz, fiz votos para a eternidade. Só evite os arrozes de risoto porque eles têm muito amido e sua salada vai virar uma massa de encher laje.

2 – O FEIJÃO:  Cozinhe uma xícara de feijão ou aproveite sobras da geladeira. OU, malandramente, compre feijões já cozidos. Pois, ninguém na humanidade cozinha apenas UMA xícara de feijão e já existem opções no mercado sem sal, sem conservantes e em porções ideais para 1 ou 2 pessoas. Sofre não gente.

3 – O FRIO: Para mim, uma das coisas que caracteriza uma salada é basicamente a temperatura. Tudo que se come frio/geladinho eu chamo de salada. Então deixe todos os ingredientes bem geladinhos.

4 – VEGETAIS: Outro ponto importante para compor uma salada é ter vegetais (cê jura?). Aqui elegi o mini tomate. Docinho, lindo e chega para dar aquele toque de cor e saúde jogando na lona de vez a sua culpa. Mas pode colocar tomate normal, cenoura ralada, abobrinha em cubos, jiló em rodelas finas, inove, reaproveite, liberte-se da ditadura da receita.

5 – TOMPEROS: Aqui é que a magya acontece. O tempero serve para alinhavar todos os outros ingredientes. Sem ele o prato é só um agrupamento de ingredientes. Comida sem tempero é tipo festa sem música. É dele a funça de conectar os sabores e dar sentido a tudo. Então investe nisso queridoãns. Eu usei: cebola roxa cortada fina e marinada na água gelada para ficar crocante. Coentro, que você pode substituir por preconceito, caso não queira colocá-lo (brinks, pode usar salsa, mas não terá a mesma emoção). Pimenta de cheiro, azeite extra-virgem, suco de limão e sal.

6 – NOÇÃO: Também conhecido como “a gosto” e “quanto baste”. Esse é um ingrediente enigmático, porém essencial em todo preparo. Principalmente nesses mais freestyle. Muita gente tem medo de temperar e pede quantidades. Gente, a quantidade de sal é tão particular quanto o seu gosto por música. Por isso, o pulo do gato é achar o seu termostato do tempero. Comece colocando pouco. Tipo, uma ponta de colher de café de sal. Mexe, prova e avalia. Tá gostoso?  Não? Repete. Faça isso para todos os temperos.  Só assim você vai achar o seu ponto de sabor e desenvolver aquela famosa mão para cozinha que todo mundo fala.  Não tem milagre, como diria o Larica Total, cozinha é treino!

Isto posto, vamos comer!  Depois me conta se você finalmente aprendeu a temperar.

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Receita: mini arroz de leite com legumes

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Para quem não conhece, o mini-arroz é um ingrediente brasileiro.  Aqui  no glossário eu conto mais sobre essa preciosidade nacional. Além de lindo, ele tem um sabor floral muito especial. Eu uso em diferentes preparos, substituindo outros arrozes como o agulhinha e o arbório.

Aqui nessa receita, ele entra para ahazar na cremosidade: arroz de leite, uma receita tradicional nordestina. Mas não tem nada de doce, é um prato típico do Rio Grande do Norte. Um acompanhamento indispensável para a carne de sol.

Nada mais que o cereal cozido, obviamente, no leite. Simples assim.

A maioria das receitas manda misturar o arroz depois de cozido ao leite.  Eu prefiro misturar 1  parte de água e 1 parte de leite integral para cozinhar 1 parte de arroz. No final junto mais um pouco de leite para dar mais liquidez. O resultado é mais cremoso e com mais sabor de leite.

Não tem nem como dar receita.  Mas segue um passo a passo rápido para para duas pessoas:

Use 1 xícara de mini arroz, mais 1 xícara de água e 1 de leite, ambos em ponto de fervura, ou seja, bem quente. Em uma panela coloque um pouco de azeite e uma colher de manteiga sem sal. Refogue o mini arroz até que ele comece a ficar translúcido. Acrescente a água e o leite quente e tempere com sal esse caldo. Pouco, porque vai secar e concentrar.

Aqui eu incrementei com legumes da geladeira cortados em cubinhos pequenos: abobrinha brasileira (aquela amarelinha), cenoura, abobrinha italiana e cebola roxa. Eles devem entrar em seguida no líquido quente para cozinhar enquanto o arroz seca e cozinha também.

Deixe todo mundo cozinhar em fogo baixo até que o líquido seque, o que deve levar uns 10 minutos.

Finalize com um pouco mais de leite quente. No máximo mais 1 xícara. A ideia é que fique cremoso e não muito líquido. Por isso, vá aos poucos e mexendo bem. Para coroar junte meia colher de manteiga e mexa mais um pouco.

Sirva assim, puro. Ou use como acompanhamento para grelhados, veganos ou carnívoros.

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Receita: Congri cubano

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Para fechar o mês da consciência negra, reservei um prato de origem africana. Aproveito ainda, para dizer que me enche amor e orgulho saber que foram os negros os responsáveis por esse maravilhoso encontro do arroz com feijão. Para quem não conhece, apresento-lhes o ancestral Congri.

A primeira vez que ouvi falar de Congri foi lendo o Reinaldo Arenas, escritor cubano cuja biografia me marcou muito. Tanto que na época, pré-google, eu tive que dar uma raladinha para buscar a receita. Trata-se basicamente de arroz cozido no feijão, na mesma panela. Talvez o prato mais consumido em Cuba e em outros países da América Central.

Segundo as lendas cubanas, o Congri nasceu de um erro de um escravo africano que queria melhorar um prato sem graça. Em desespero, ele teria fervido o arroz com feijão vermelho frescos. O resultado é esse prato com nome francês: contração de cong, nome africano para feijão e riz, nome francês para arroz.

Quando a combinação uni arroz branco e feijão preto, pode receber o nome de Moros y Cristianos (mouros e cristãos). Há variações do prato no Caribe, México e até no sul dos EUA. Umas levam arroz vermelho e feijão roxo. Mas é em Cuba que o Congri reina absoluto nas mesas de todo país.

Serve de acompanhamento para assados e grelhados, mas quando servido sozinho, se basta. Para temperar são usados alho, pimentão e louro. Em tempos de bonança, carne de porco curada e defumada elevam a potência do prato.

Na minha versão, usei feijão preto cozido e seu caldo, arroz basmati e bacon. Como não resisto a um cheiro verde, finalizei com chicória paraense, o famoso coentrão. Num dia comemos o prato sozinho, noutro ele serviu de escolta para um mignon suíno de primeira.  Abaixo coloco o passo a passo para você reproduzir essa riqueza.

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Comece colocando o banco fatiado na caçarola. Deixe dourar e a gordura derreter e depois escorra o excesso, mas não jogue fora.  Acrescente a cebola picada e 3 dentes de alho picado e deixe pegar um pouco de cor também.  Se o refogado secar, coloque um pouco da gordura do bacon reservada. Na sequência, junte 1/2 pimentão picadinho.
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Acrescente 1 xícara de feijão preto já cozido com sal e louro e mais 1 do caldo do cozimento. Deixe aquecer bem.

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Quando começar a ferver, junte 2 xícaras de arroz basmati, aquele mais comprido e mais 1 xícara de água fervente. Tampe a panela, deixando uma brecha pra vapor do arroz sair. Quando a água secar e não der mais para vê-la na superfície, tampe a panela e desligue o fogo (mesmo que o arroz ainda estiver meio durinho). Deixe assim por uns 5,10 minutos. O arroz vai terminar de cozinhar sem ficar empapado.  E está pronto o Congri!

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Receita: PFada ou mexido com sobras do PF

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Você fez em casa um PF firmeza com arroz, feijão e bife. Ou pediu no delivery de confiança do bairro e sobrou. Mas foi só um pouco de cada coisa. Nem o suficiente para uma segunda refeição e nem tão pouco a ponto de ser globalmente aceitável jogar fora.
O que você faz? Senta e chora pelos milhões de famintos do mundo? Não! Você monstra pro mundo como se dança um baião! Um Baião de Dois fake, mas ainda assim um baião de dois.
Se tem feijão e tem arroz, já dá baião e o importante aqui é a mágica da multiplicação.
Uns chamariam de tecnologia social para a democratização da comida e a não banalização da carne enquanto alimento opressor. Meu pai chama de mexido, minha mãe, de restô dontê. Na cadeia é recorte.
E por aí vai: mistureba, salva-vidas, bóia (não me conformo com a queda desse acento)…Já eu, inovei e decidi aplicar um neologismo tascando-lhe uma PFada.

 

Pegue uma régua e corte o bife em cubos de um centímetro quadrado. Tá! Esquece a régua. Mas corte em cubos pequenos, a ideia é fazer a carne render ao máximo.

baiao_reciclado_larissa_januario_semmedida2Depois aqueça bem uma frigideira com uma colher de sopa generosa de azeite e refogue uma cebola picada e um dente de alho picados (usei também talos de coentro, mas sei que rola um precon geral com essa erva. Então só use se estiver disposto). O tempo do refogado você decide. Eu tava com pressa e só deixei a cebola suar até ficar transparente.

Acrescente a carne e deixe dar uma fritada rápida só para garrar sabor. O importante não deixar a carne por muito tempo para que ela não vire micro cubos de adamantium. Vegetarianos podem simplesmente pular a parte da carne ou trocar por cogumelos, cenouras ou berinjelas em cubinhos. Funciona super!
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Junte o feijão com caldo e tudo. A ideia é que ele ajude a deglaçar a o fundo da panela que a essa altura já deve ter formado uma rapa.

baiao_reciclado_larissa_januario_semmedida4Na sequência, acrescente o arroz. O meu está diferente porque a sobra que eu tinha aqui era de mini arroz. Coisa marlinda do Brasil essas bolinhas <3.
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Misture tudo.  E se estiver muito seco, coloque um pouco de água. Eu prefiro uma PFada mais molhadinha. Pique com bastante má vontade alguns ramos de cheiro verde (de novo, usei coentro, mas você pode amarelar e usar salsinha). Se você não é um ás nas facas é melhor picar grosseiramente tanto salsinha quanto coentro. São folhas sensíveis e se machucar demais fica com gosto de clorofila.

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Se quiser dar um tachan final, tasque a sua pimenta favorita. Na minha opinião esse prato precisa ser arrematado com uma boa pimenta. Ah! Lembra da salada de abobrinha? Então, chama ela pro baião também! Garanto que você não vai se arrepender.

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