Mitos e verdades sobre o azeite de oliva

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Tá, o tema não é exatamente novo e desde o primeiro texto que escrevi na vida sobre isso lá nos idos de 2008 muita coisa mudou na relação do brasileiro com a informação sobre comida.  Mas ainda tem muito pânico e histeria em torno de mitos decorrentes de desinformação e des-serviço. Por exemplo, ainda tem gente que repete por aí que azeite vira gordura saturada quando aquecido. Pois é.

Por isso, vamos mais uma vez abordar aqui os fatos e boatos em torno do ouro líquido. Conversamos com a master blender do azeite  Gallo, Mavilde Marchante que deu algumas dicas preciosas. Curta, compartilhe, espalhe no almoço de dia dos pais, liberte os seus para a verdade. De nada.

 

Azeite é gordura boa, ponto
Quase todo mundo ama azeite e se não ama, deveria amar. Seu sabor maravilhoso já seria justificativa suficiente para se tornar o óleo número um da sua cozinha. Mas há ainda os benefícios para a saúde que fazem dele o rolls royce das gorduras vegetais.  É rico em ácidos graxos monoinsaturados e antioxidantes naturais e em vitamina D, que auxilia no bom funcionamento do sistema imunológico e no crescimento e fortalecimento dos ossos, em crianças.

Cor de azeite não é parâmetro
A cor do óleo não serve de avaliação. A cor do azeite reflete apenas a maturidade da colheita da azeitona. Quanto mais madura a azeitona, mais amarelado será o líquido. A cor do azeite extra virgem pode variar do verde escuro ao amarelo dourado.

Prazo de validade
Azeite não é vinho de guarda, por tanto, não os colecione, consuma-os. Quanto mais tempo o azeite ficar armazenado mais ele vai perdendo qualidade. Mantenha a embalagem em local fresco e sem incidência de luz, pois ela pode modificar as características do azeite, comprometendo seu sabor. Sempre verificar a data de fabricação e validade do produto.

Atenção à embalagem
Prefira azeites
engarrafados no local de origem, pois além de conservar melhor as características do produto limita a chance de adulteração do produto. Dê preferência a recipientes escuros pois estes protegem o óleo da luz.

Acidez não indica qualidade
A acidez do azeite não está relacionada à qualidade e sim a proporção de ácidos graxos livres (expressos em ácido oleico) presente no óleo. A baixa acidez é consequência, entre outros fatores, das azeitonas estarem em perfeitas condições quando são prensadas ou do bom armazenamento do azeite. A porcentagem de acidez do azeite não tem sabor ou cheiro.

O que significa virgem e extravirgem?
A classificação ‘virgem’ refere-se ao processo de extração do azeite a frio. Significa que o óleo é obtido única e exclusivamente por processos físicos, sem qualquer aditivo ou calor. Dentro de uma garrafa de azeite virgem ou extra virgem há apenas suco de azeitona, sem corantes, nem conservantes.

É indicado usar azeite para cozinhar?
Sim!!! É comum ouvirmos que o azeite quando aquecido sofre saturação tornando-se nocivo à saúde. Expor o azeite ao calor não mudará suas propriedades básicas desde que não exceda 210 graus. Esta é a temperatura que marca o ponto de fumaça, quando o óleo começa a queimar e a gordura se decompõe em elementos nocivos. Como base comparativa o óleo de girassol tem como ponto de fumaça 227 graus, o de canola 224 graus e de milho 204°. Resumindo, é sim indicado cozinhar com azeite. Tanto que praticamente todas as receitas desse blog são com ele.

 

Pode fazer fritura com azeite?
No caso da fritura especificamente, o azeite oferece a vantagem de formar uma crosta na superfície do alimento, que impede a penetração do óleo e garante leveza. Alimentos fritos em azeite de oliva tem um menor teor de gordura que os fritos em outros óleos.


Vale o mesmo para o azeite extra virgem?
Não! Este tipo de azeite é extraído de forma que o calor não adultere seus sabores e aromas originais. Por isso, o mais indicado é usá-lo na finalização de pratos (fora do fogo) ou em preparos que não vão ao fogo, para aproveitar todas as suas características na íntegra.

 


As mil faces do azeite de oliva

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Se há um alimento que consegue ser quase uma unanimidade quando se fala tanto em propriedades gastronômicas quanto de promoção da saúde, ele é sem dúvida o azeite de oliva. Ou de azeitonas.

São tantos os assuntos que ele é capaz de gerar que resolvi dividir essa coluna em duas partes: uma para contar um pouco da história desse alimento de tempos imemoriais, outra para falar sobre os diversos pratos que podem tê-lo como ingrediente – o que inclui doces e até sorvete! Acredite, mesmo depois de cerca de 6 mil anos de uma convivência deliciosa, nosso velho companheiro de cozinha ainda pode nos surpreender…

Senão, vejamos. Da mesma forma que as videiras (ou parreiras, como queira), não se sabe ao certo onde nem quando começamos a consumir azeitonas. Muito menos o óleo extraído da prensagem mecânica dessa fruta (pois é, essa informação me pegou de surpresa).

O nome azeite vem do árabe “az-zait”, que quer dizer… sumo da azeitona! Parece que os fenícios, um povo árabe, e os armênios foram os primeiros povos a consumí-lo. E foi preciso que os gregos e depois os romanos descobrissem essa iguaria para que o azeite de oliva caísse na boca dos demais povos do ocidente. O produto ficou restrito na região do Mediterrâneo por séculos a fio e só depois do descobrimento da América, no século XVI, que os espanhóis resolveram trazê-lo para cá.

A maturidade de uma oliveira é atingida quando a árvore completa entre 150 e 200 anos de idade. Na ilha de Creta, na Grécia, há um espécime que pode ter incríveis 3 mil anos de idade e que ainda produz azeitonas (coisa que ela faz pouco menos de mil anos antes de Cristo nascer!). Essa ilha grega, aliás, é a campeã mundial de consumo de azeite de oliva: 50 litros per capta por ano. Para você ter uma ideia do quanto essa galera gosta de azeite: a média mundial é de 400 ml. Enquanto a brasileira é de 300 ml, a do estado do Rio de Janeiro é de 1,5 litro e a de São Paulo é de 850 ml (o que deve ser explicado pela alta concentração de portugueses e decendentes lusos lá na Guanabara).

Com relação aos benefícios à saúde, o azeite extra virgem concentra ácidos graxos monoinsaturados, como o oléico, além de antioxidantes como a vitamina E, mais de 400 compostos fenólicos diferentes, esteróis livres e hidrocarbonetos como o esqualeno. Todos eles contribuem para a redução do “mau” colesterol (LDL) e a manutenção do “bom” (HDL), a eliminação mais eficiente de toxinas do organismo e até ajudam na prevenção de alguns tipos de câncer e de várias doenças como arteriosclerose, diabetes melitus, hipertensão, doença biliar, dentre outras.

Muitos desses componentes se perdem com o refino do azeite. Por isso, procure dar preferência aos azeites extra virgens, principalmente aos que são engarrafados no mesmo local em que foram colhidos.

Semana que vem, volto para falar sobre o que você precisa saber na hora de escolher um azeite para chamar de seu!

Fontes: ICEX, OLIVA e Azeite Gallo;
Crédito da foto: Olive Oil Explorer