Pão com linguiça é uma instituição do churrasco. Na Argentina então, nem se fala. O Choripán (acrônimo de chorizo e pan, chori y pan) é praticamente uma instituição da comida de rua porteña. Aqui no brasa é possível encontrar casas como o Açougue Central, do divo Alex Atala, que servem o sanduba com maestria.
Mas se você não tem a mão um desses, nada de impede de preparar o seu próprio. E se voc~e está pensado “mas Larissa, pão com linguiça é tudo igual!”
Errado. Um autêntico choripan, além de uma boa linguiça e um pão gostoso, tem que ser coroado com um clássico chimichurri. Sim, é esse molhinho ácido e picante à base de ervas que torna um reles pão com linguiça em um belo chipiran. Por isso, abaixo trago para vocês uma boa receita de chimichurri. Ah! E ele também arrasa no churras.
molho chimichurri
1 xícara de água
1 colher de sal grosso
1 cabeça de alho
1 xícara de folhas de salsinha lisa fresca
1 xícara de folhas de orégano fresco
2 colheres de chá de páprica picante
1/4 de xícara de vinagre de vinho tinto
1/2 xícara de azeite de oliva extravirgem
Preparo
Comece pelo molho chimichurri.
Misture a água e sal grosso e leve ao fogo para fazer uma salmoura. Quando o sal derreter desligue e deixe esfriar.
Pique bem o alho, a salsa e o orégano e misture bem em uma tigela. Tempere com a páprica.
Batendo sempre com a ajuda de um fuet (batedor de arame), acrescente o vinagre e na sequência o azeite.
Por último, junte a salmoura também batendo. Ele é gostoso fresco, mas fica ainda melhor depois de alguns dias.
Ele dura até 3 semanas na geladeira em um frasco hermético.
Para o chopipan, grelhe umas linguiças e recheie um bom pão. Acrescente uns tomatinhos para dar cor a alegria e dá-lhe chimichurri!
Você já deve estar com preguiça, mas esse será mais um post em que eu cito o Peru. Eu sei, é paranóia, é monotema, mas eu sou dessas. Eu encano com um coisa e vou nela até esgotar o assunto. Tamos aí, desde 1978 fazendo isso. Mas o motivo é sempre bom e nesse caso o tema é a páprica que eu trouxe de lá.
Para quem não sabe a páprica é uma especiaria obtida do pimentão-doce (uma variedade de Capsicum annuum, da família das Solanaceae) original da América Central. O pimentão é seco e depois moído até virar o pó que usamos para dar cor e sabor aos pratos. O nome é de origem húngara. Lugar onde a especiaria aportou pelas mãos dos colonizadores e dominou. Tanto que um dos pratos mais populares da Hungria tem ela como tempero base: o Goulash. É deles também a produção da melhor páprica do mundo. Os espanhóis também a adoram em embutidos como chorizo e lomo.
Os tipos de pimentões e pimentas usados para fazer o tempero podem variar de acordo com a intensidade de picância pretendida. Já quem o pimentão-doce é pobre em capsaicina, componente que responsável pelo ardor da pimenta.
De volta a América Latina, no Peru, tanto as pimentas quanto os pimentões, são muito saborosos. E por isso eu trouxe de lá um tanto deles escondidos na mala. Mas também trouxe um único saquinho de páprica, que me arrependo amargamente de não ter sido 10. E com ele fiz essa receita. No Brasil você vai encontrar bons temperos lá na Zona Cerealista. Bora pro passo a passo:
Fatie em rodelas mais ou menos 200g de linguicinha fresca (eu usei picante) aperitivo. Leve a frigideira quente com um fo de azeite e deixe tostar. Acrescente 1 cebola média picada em cubinhos e 1/2 cenoura triturada com talos de salsinha e dois dentes de alho (passe no processador/mixer tudo junto). Refogue bem e junte a páprica (1 colher de sopa).
Quando ficar com uma cor vermelho terroso bem linda (acima) acrescente purê de tomate (eu usei fresco pq eu tinha, mas serve aqueles de vidro sem tempero). Misture e deixe concentrar o sabor por uns 5 minutos fervendo. Em paralelo cozinhe massa tipo penne rigate suficiente para duas pessoas (1/2 pacote dá). Junte a massa cozida ao molho na frigideira.
Misture bem para incorporar o molho.
Salpique salsinha picadinha para dar cor e alegria. Finalize com tiras de pimenta-doce em conserva (eu tinha uma deliciosa lá do Antipasti).
Se achar que deve, eu sempre acho, inclua queijo ralado.
No sábado passado participei como palestrante do Encontro Gourmet, uma reunião descontraída de blogueiros de comida que teve sua segunda edição em São Paulo. A convite da 3 Corações criei um prato salgado que leva café no preparo. Quebrei a cabeça e cheguei em um prato interessante, simples, com ingredientes super fáceis de encontrar, e ainda assim muito saboroso.
Acabo de voltar de Goiás com algumas coisas na manga. Mas como não tive tempo de fazer nada porque trabalhar é preciso, fiz um post preguiçoso, com receita “roubada”, mas nem por isso menos digna.
A Linguiça Blumenau é típica do Sul do Brasil. Uma herança dos imigrantes alemães. Mas quem me apresentou a iguaria foi uma amiga mineira, do Triângulo, quase minha conterrânea. A Ana sabe comer, come bem e o melhor de tudo, é naturalmente magra. Daquele tipo de gente abençoada que dá até raiva, sabe? Pois.