Essa receita é tão gostosa, tão barata, tão fácil, tão magra, que não sei dizer, só sentir.
Sei lá gente. É a anti-receita!
Tanto que os piores inimigos da atual humanidade não estão lá: glúten e gordura. Sério!
Mas….é, sempre tem que ter um mas: tem que sujar o fogão! E sujar bem.
Isto posto, façamos escolhas e sigamos em frente.
Junte umas 20 dilmas/temer/cunha/calheiros/os cara&#**@¨%$tudo e bora para a feira.
Lá você vai adquirir 1 saquinho de mandioca por 2 ou 3 merréis, coisa de meio quilo.
Na barraca da frente você pega o filé suíno, que já custou menos de 10 pilas o quilo. Agora 10 dá meio, mas serve. Leva. Não sem pedir pra dar uma limpada nas pelancas antes.
Em casa você enche uma caçarola d’água coloca sal, cheiro verde uns dois dentes de alho e bota a mandioca pra cozinhar até ficar amarela e macia. Se ela for da boa vai cozinhar em 15, 20 minutos.
A ruim não cozinhará jamais. Mas tudo bem. Se isso rolar, você aquece uns dois dedos de óleo e frita. Sim, frita por imersão. Cometa esse misto de coragem e vandalismo. E lembre-se que mandioca até quando é ruim é bom.
Enquanto isso, vai pra carne. Corta as pontas (e guarda porque rende iscas para futuros sanduíches) para ficar com essa cara ai de cima, uma torinha. Aquece uma frigideira muito grossa ou chapa de ferro untada com azeite coloca o bichão.
“Mas Lara, Lara, eu não tenho frigideira grossa, nem chapa.” Então pegue sua frigideira réba e coloque meio dedo de azeite no fundo e deixe ficar bem quente. Relaxa, esse óleo não vai deixar a carne pesada. Só vai ajudar a dourar e fazer crosta (que é a busca que guia nossa existência na terra).
Com a ajuda de uma pinça (que você não é besta de se queimar, tá?) vai girando e dourando, girando e dourando, girando e dourando…
Pode ser que pegue um pouco de fogo. Mas relaxa que não persiste. Só ajuda a dar gosto.
Vai virando.
Junte a mandioca cozida cortada em pedaços grandes para que ela pegue um gostinho de carne.
Bota uns ramos de salsinha e mini-tomates bem frescos que você também trouxe da feira.
Pois é, eu nem ligo pra esse lance de com ou sem glúten. Aliás, AMO quase tudo que tem: da cerveja à pizza. Mas também amo mandioca. E mandioca não tem glúten. E perto da minha casa tem uma feira fantástica e nesse feira fantástica sabe o que tem? Um produtor de mandioca. Daquela amarelinhas, macias que nem precisam passar por panela de pressão.
E numa dessas noites frias que andou fazendo eu recebi duas amigues para um gueri gueri. Pra nossa sorte, bem na semana eu tinha ido à feira e comprado mandioca amarelinha. Pronto!
Cozinhei a mandioca na água com sal (não muito porque vamos usar a água na sopa) acrescentei três ripas de costelinha defumada. Depois de bem cozida, dei uma esmagada na mandioca com as costas da colher mesmo. Eu queria um caldo rústico. Mas você quiser mais cremosão é só bater com o mixer (só não esquece de tirar as costelinhas antes de bater).
A parte fiz um refogado com três linguiças artesanais de pernil fininha cortada em rodelas. Para isso basta um frigideira antiaderente, com um fio de azeite. A medida que pegar cor coloque um pouco de água. A água vai evaporar e dar mais cor a linguiça. Quando secou, de novo juntei cebola picada, alho amassado e uma pimenta de bode (pode ser dedo-de-moça).
Quando o caldo estava na consistência que eu queria (nem muito grosso nem muito ralo), juntei o refogado de linguiça (se quiser salve umas para decorar o prato) e mexi bem. Na sequência desliguei o fogo e juntei umas duas mãos de couve manteiga cortada bem fininha e cheiro verde (salsinha e coentro). Decorei com couve fritinha no azeite. Mais fácil e gostoso impossível. Aliá, é possível se você servir com vinho português da região do Douro.
Em casa nunca falta mandioca. Gosto de comprar daqueles vendedores que ficam com carrinhos pelas ruas, que já vendem elas descascadas. Cozinho na pressão e tá pronta! Meu filho gosta com manteiga, eu só coloco um pouco de sal marinho e faço uma refeição inteira só disso.
A mandioca é um tubérculo nativo do Brasil, responsável pela subsistência do nosso povo por vários motivos: é de fácil cultivo, barata, resiste a solos pobres e a períodos de seca, podendo ser plantada de norte a sul. Também é rica em cálcio, ferro, fósforo e potássio. Dela são feitos o polvilho, a tapioca e diversas farinhas. Por ser livre de glúten, ela é um curinga para celíacos e para as, cada vez mais comuns, dietas sem glúten. A mandioca contém dois tipos de carboidratos, a amilopectina e a amilose que, juntos, liberam glicose mais lentamente no corpo, o que evita picos de glicemia, sendo recomendada para diabéticos. Por este mesmo motivo, ela também se adequa ao crescente número de adeptos do estilo de vida fitness. Ou seja, ela agrada tradicionais e moderninhos. Mandioca não é mesmo sensacional?
Outro dia vi umas pessoas comendo Escondidinho e bateu uma vontade… fiquei pensando em um recheio que não fugisse muito do tradicional de carne de sol, pelo menos em aparência. Afinal a gente também come com os olhos. Só me ocorreu a berinjela com shoyu e gostei bastante do resultado.
Ingredientes:
– 100 g de queijo da Serra da Canastra ralado fino (pode usar outro queijo, como parmesão ou gruyère que também ficam bons em gratinados)
– 800g de mandioca descascada
– 50g de manteiga
– leite
– 2 berinjelas médias picadas em cubos pequenos
– 1 cebola picada em cubos pequenos
– 5 colheres de sopa de shoyu
– água do cozimento da mandioca
– sal e pimenta do reino moída na hora
Modo de Fazer
Cozinhe a mandioca na panela de pressão em água e sal e um fio de óleo por cerca de 30 minutos. Esprema a mandioca em um espremedor de batatas ou com um garfo. Coloque em uma panela com duas conchas da água do cozimento e um pouco de leite. Misture bem e adicione a manteiga, mexendo até que ela esteja toda derretida e incorporada ao purê. Para um preparo vegano, substitua o leite e a manteiga por uma concha e meia a mais da água do cozimento da mandioca.
Refogue a cebola e a berinjela em um pouco de azeite, adicione o shoyu e corrija o sal, se necessário.
Unte um refratário com óleo e, com o purê ainda quente, coloque metade no fundo. Espalhe a berinjela e cubra com o restante do purê. Salpique o queijo ralado e leve ao forno para gratinar.
*Marina Kawata é jornalista e especializada em gestão de empresas, mas é na cozinha que encontrou sua paixão. É vegetariana e acredita que a alimentação saudável é a chave para a saúde, desde que a comida seja gostosa!
Maniçoba é a feijoada paraense. No lugar do feijão entra a maniva, pasta escura obtida do cozimento quase eterno da folha da mandioca brava (7 dias). Aquela da qual se obtém o tucupi, que já apresentamos aqui. A aparência não é das mais convidativas, mas o sabor herbal faz todo o sentido quando combinado às partes de porco. Fica maravilhoso. Como estamos na temporada mais quente do ano, achei por bem trocar o porco por frutos do mar e juntar tudo numa panela só fazendo um arroz de maniçoba e frutos do mar que encontrei na feira. Mantive o bacon e linguiça para brincar de surf and turf e ficou delicioso. Um prato rápido, já que eu tinha a maniva pré-cozida e congelada (obrigada Bernardo, Laércio e Fatinha), uma raridade aqui no sudeste, mas facilmente encontrada no Ver-O-Peso, o mercadão municipal de Belém (e um dos meus lugares favoritos no mundo). Se você não tem amigos paraenses lindos como eu, aguarde… Para saber todos os detalhes de mais um produto da mandioca acesse aqui no Sacola Brasileira o Especial Mandioca. Abaixo, veja os detalhes desse prato diferentoso. Ingredientes (para duas pessoas): 100g de camarão limpo 100g de lula em anéis (reserve os tentáculos para decorar) 100g de linguicinha de porco fresca 50g de bacon 100g de lagostin limpo 2 camarões inteiros grandes para decorar 2 xícaras de arroz branco cozida 1 xícara de maniva (folha de mandioca cozida) 2 colheres de sopa de coentro e salsinha picados 2 pimentas de cheiro 2 dentes de alho picados 1 pimenta de bode Preparo Em uma frigideira coloque a linguiça para fritar sem óleo (no método pinga e frita) na própria gordura. Vá pingado água aos pouco até que ela esteja cozida e corada (separe, corte rodelas e devolva pra panela). Junte o bacon e deixe dourar. Ele deve soltar muito óleo. Retire o excesso e coloque o alho picado e deixe dourar um pouco. Junte os camarões e os lagostins e mexa. Quando eles mudarem de cor, coloque os anéis de lula (reserve os tentáculos). Junte a maniva e mexa para incorporar. Coloque o arroz cozido. Mexa de novo e tempere com o cheiro verde e a pimenta de cheiro. Mexa bem. Salteie os tentáculos e os camarões da decoração. Monte o prato e sirva quente.
Para o Especial de Mandioca do Sacola Brasileira, eu decidi fazer o bolo do saquinho de puba, mas claro, com algumas mudanças a la Sem Medida. Troquei o açúcar comum pelo mascavo e servi com uma boa dose de calda de melado de cana. O resultado foi um bolo molhadinho, mas ainda assim leve, considerando a ausência de glúten. Aliás, essa é uma excelente opção para os celíacos (quem tem intolerância a glúten). Para os mais ousados vale colocar um pouco de canela em pó ou alguma outra especiaria de sua preferência. Vamos à receita.
Ingredientes
400g de massa de mandioca 1 xicara de coco ralado fresco 50g de queijo ralado meia cura 2 copos americanos de leite 2 copos americano de açúcar mascavo 2 colheres de sopa de manteiga com sal 3 ovos 1 colher de chá de fermento químico Melado de cana a gosto Preparo Coloque na batedeira ou no liquidificador a farinha de puba, o queijo e açúcar mascavo. Junte a manteiga, o leite, os ovos e bata por pelo menos uns 10 minutos. Acrescente o fermento e bata mais um pouco. Unte uma forma com manteiga e passe farinha. Despeje a massa e leve ao forno alto por 10 minutos, depois abaixe para médio e deixe mais 10 minutos. faça o teste do palito, se sair limpo, está bom. Espere esfriar e desenforme. Sirva com o melado de cana.