O ceviche é um prato que não precisa saber cozinhar para preparar. Não precisa nem ter fogão, veja. Ou seja, se você conseguir administrar uma faca ou arrumar alguém que pique tudo, você terá um ceviche.
Para esse, com corvina e caju, você não precisa nem de muito dinheiro. Uns 20 pilas dá pra fazer ceviche para 2 pessoas comerem a lot.
A curvina é um peixe delicioso e barato. Eu paguei 10 pila no quilo na feira. Peça o peixeiro para preparar filés e, se tiver intimidade com ele (essa é uma excelente pessoa para se ter intimidade na sua vida), já peça pra cortar em cubos ceviche style. Diga que na sua casa não tem faca boa, faça um charme, um drama. Por último, ofereça propina. Mas vai dar uma encarecida no prato e pode pegar meio mal se o cara for do tipo honestão.
Passe na barraca ao lado e pegue 1 cebola roxa e um maço de coentro (não, salsinha não dá na mesma).
Isto posto, pronto, vá pra casa, qualquer casa que tenha limão. Aliás, se não tiver limão na sua casa, mude de casa. Todo mundo TEM QUE ter limão em casa.
Em casa, você vai:
1 – picar o peixe em cubos de 1 cm2 , caso o peixeiro não aceite propina.
2 – picar o caju em cubos do mesmo tamanho do peixe.
3 – picar a cebola em lâminas o mais finas possível e colocar de molho na água gelada.
4 – picar o coentro. SIM! Tem que ter coentro no ceviche. Quero ver você ir la no La Mar, no Peru, pagar de foodie e ficar de frescura porque tem coentro no ceviche. Aceita o coentro no seu coração, ele vai operar milagres de sabor na sua vida.
5 – Temperar o peixe com sal e 1 colher de café de pimenta dedo de moça beeem picadinha (se for sensível tire as sementes) e juntar 4 pedras de gelo. Por quê? Além de manter seu ceviche deliciosamente geladinho vai ajudar a dar uma cozinhada no peixe.
6 – Escorrer a cebola, juntar tudo, tempere com sal e suco de limão suficiente para gerar um caldinho.
7 – Deixar marinando por uns 10 minutos até o peixe mudar de cor, ficando meio esbranquiçado.
8 – Servir com mandioca, batata, ou batata doce cozida.
9 – Ou comer puro mesmo. Sozinho, escondido em baixo da cama para não ter que dividir com ninguém. É o que eu faria.
Tem gente que torce o nariz só de ouvir falar o nome. Mas eu já afirmei N vezes aqui que eu AMO sardinha. Fresca, em lata, assada, frita, na pizza, na torta ou no pão. Acho sempre um excelente ideia. A seguir uma lista de motivos para tentar convencer você a incluir esse peixinho na dieta.
1 – SARDINHA É BARATO:
O quilo da sardinha fresca dificilemnete ultrapassa 10 reais. Isso mesmso, DÉ REAL!!! Se você não tem isso no bolso agora não merece comer peixe. A lata não passa de 3 reais e pode garantir o seu jantar. Em tempos de sufoco, esse é o melhor argumento.
2 – SARDINHA É VERSÁTIL: Você pode assar, fritar, grelhar, churrasquear e ensopar. A sardinha permite quase todos os preparos. Também rende patês (que nunca comeu sardela?), recheios de tortas e complemento de saladas. Melhor, impossível.
3 – SARDINHA TEM O ANO INTEIRO:
Se não está achando a versão fresca, vai de lata. A conserva de sardinha é boa e funciona. É só escolher uma marca que você confie. Existem inclusive versões sem óleo e com menos sal para quem tem esse tipo de restrição. E o melhor, já vem pronta para comer. Sabe aquela massa alho e óleo? Fica mara com sardinha, posto receita em breve.
4 – SARDINHA É VITAMINADA:
O loby do ômega 3, a famosa gordura boa para o coração, investe forte na margarina (jura?) e no salmão. Mas acontece que o primeiro não deveria existir e o segundo já quase não existe. Por tanto, você pessoa esperta deveria buscar seu hype de ômega 3 em sardinhas. Sem contar que também é rica em cálcio, fósforo, proteína e vitamida D. Bela Gil mandou lembrança.
Nome dado a várias espécies de peixes de pequeno a médio porte no Brasil. Todos são oceânicos e frequentam águas de alta salinidade. Muito amado pelos portugueses, é muito similar à sardinha. Mas considerado mais nobre por não ter escamas e pelo seu sabor mais suave e carne mais clara. Tem alto teor de gordura e é indicado para ensopados, assados no forno e fritura com empanamento.
Pensa num ceviche, só que cortado bem fininho todo trabalhado no aji amarillo. Ou num sashimi virado no Jiraya. Então, esse é o Tiradito. Essa é a mistura do Peru com o Japão. Não rima, mas também requer charme pra dançar bonito. Tá, o trocadilho foi horripilante, mas a receita, aaaaaaaaaaaaah. Essa é maravilhosa.
Resultado da influência dos imigrantes japoneses na América Andina, esse prato é do tipo que você faz com o pé nas costas e finge que é difícil.
As boas línguas antagonizam sobre os ingredientes do Tiradito. Há quem coloque cebola e quem a renegue (alô @caolivo!), quem ponha fé na marinada mais prolongada e até quem sirva imediatamente, bem cru, sobre o molho amarelo vivo caliente.
Para dançar junto é consensual convidar a batata doce. Opcional na balada, o milho cozido. Obrigatória só a fome de peixe. Eu, como tinha recém chegado do Peru (na ocasião das fotos) e trazido na mala choclos e essa batata doce laranja choc. Os peruanos e os milios brasileiros podem inclusive substituir o peixe por vieira e até dar uma seladinha (vulgo dourada) nos nadantes.
Mas vamos lá pra receita.
Corte o peixe bem fino em tiras. Escolha um peixe com fibras mais molinhas. Se tiver dúvidas, pergunte ao peixeiro. Aliás, tenha um peixeiro amigo, isso faz diferença.
Eu marinei no limão com uns cubos de gelo.
Em uma bacia eu misturei aji amarillo, folhas de coentro, cebola em tiras (à julienne) e uma pasta de aji amarillo que eu tinha em casa da mala tensa que trouxe de lá.
Acerte o sal e seja uma pessoa civilizada que serve o Tiradito alinhando como dele ver. Ou faça a latina louca como eu e misture tudo, molho e peixe, e sirva assim, descompensadamente. As batatas devem devem ser assadas nesse caso. Mas isso, eu conto logo mais, noutro post.
Tá osso. Mas tá muito osso mesmo! E olha que o Natal nem chegou ainda. Daí que em tempos que até as vacas (magras) já foram para o brejo, tudo que nos resta é ficar em casa chorando miséria. Opa, chorar miséria jamais!
O Sem Medida te ajuda a manter o bom humor a base de comida com receitas baratas e gostosas. Junta o bonde, faz uma vaquinha (olha elas aí de novo) e come que passa!
Abaixo, 20 receitas bapho que vão fazer você se sentir MILIO mesmo em tempos de arroxo. Aí você economiza e guarda o 13º pro espumantchy da virada. Afinal, antes de rolar na areia tem que ficar loka, muito loka.
Carne: A carne é cara. Mas tem N preparos que podem fazer render o bife nosso de cada dia. E eles são todos deliciosos.
Picadinho ao Molho Ferrugem: era simples, virou hype e tem restaurante que cobra até 80 dilmas no prato individual. Vem que aqui sai por 10 reais por cabeça. Só não pode comprar filé mignon.
Churrasco de fogão (Fraldinha na frigideira): A fraldinha já foi mais em conta, mas ainda dá pra achar umas por no máximo 25, 30 o quilo. O troco você compra umas cenouras e um arroz pra fazer o acompanhamento.
Shepherd’s Pie (Torta de Carne Inglesa): O nome é chic, mas é comida de reaproveitamento no Reino Unido. Geralmente feita com sobras de cordeiro assado no Natal. Um tipo de escondidinho gringo. Maravilhoso. Aqui eu fiz com carne moída, mas vale usar qualquer carne que tenha sobrado na sua geladeira.
Polpettine ao curry verde de legumes com cuscuz marroquino: Essa é mais que maravilhosa. Almôndega é um truque bacanérrimo pra fazer render carne com estilo. O mais caro aqui é o cuscuz que vai sair uns 10 pilas a caixa e alimentar todo mundo com fatura. Vale cada centavo.
Galeto assado com batatas: Aqui você nem precisa saber cozinhar. É só não estragar o ingrediente. Dois galetinhos servem 4 pessoas tranquilamente. Se tiver gatinhos no rolê, compre um franguinho extra pros meninos mais gulosos.
Panelinha de Bacalhau: Essa eu criei numa páscoa semiárida. Uma bandeja de 300g de lascas bacalhau (sempre muito mais baratas que as postas) rendem uma baciada de comida deliciosa. Vai na minha e seja feliz. Ah! É um prato que se você tacar umas uvas passas ele vai direto para a mesa da ceia. Olha ai!
Peixinho empanado no fubá de milho: Não é bem uma prato. Mas tem dia que a gente só quer petisco mesmo. E esse daqui é coisa linda de deus. Você vai na feira e pede de 2 kg a 3kg de peixinhos como lambari, trilha, manjuba, porquinho. A maioria custa em torno de 10, 15 reais o quilo. Com o troco você garante o fubá e o limão. Só não esquece de pedir o peixeiro para limpar e abrir o peixinho estilo borboleta. Se não tiver peixeiro, faz essa outra versão aqui, com o peixinho inteiro.
Curry de peixe Aqui também é mara. O ideal é usar o cação, talvez o filé mais barato da feira. É daqueles peixes que assumem o gosto do molho, porque né? Ele mesmo não tem gosto de nada. E como aqui o curry já vai transformar todo mundo em curry, manda ver no cação. Rende e é delicioso.
Salada picante de penne com sardinha: Larga de ser cafona e para já de achar que comer sardinha é pobrice. Sardinha é lindo, é amiga da natureza, é sabor, é Brasil no prato. Pobrice, inclusive de espírito e cultura, é acreditar que salmão multante é chic. Vá à feira, compre sardinhas por 8 dilmas o quilo, EU DISSE OITO DILMAS, é faça pratos maravilindos com esse peixe delicioso.
Copa Lombo Assado com Cuscuz Nordestino: Prato gênio pois exige habilidade e esforço zero. E o quilo da copa lombo custa coisa de 13 reais. Faça para o natal da família e esmerilhe a chapeleta de geral na ceia com seus novos dotes culinários. De nada!
Nhoque de batata doce com fonduta de queijo de Araxá e tomate concassé: Quem não come carne já economiza uma grana. Por isso, pode dar uma abusada na elegância. Investir em queijos e vegetais de melhor qualidade. Essa receita é um exemplo disso, queijo brasileiro de origem e vegetais como estrela do prato. E mal precisa de fogão.
Risoto de Tomate com Manjericão e Queijo: Juro, essa não chega a custar nem 40 reais. Olha a conta: 12 do arroz, 7 das latas de tomate pelado, 3 do manjericão, 5 da manteiga, 10 da muçarela de búfala… Huum, 37 dilmas!!! Duvida?
Paella Vegetariana: Essa é daquelas que 100g de cada coisa rendem 10 quilos de comida. Saborosa, nutritiva e acima de tudo gostosa. Porque o que importa mesmo na comida é isso. Dá trabalho, demora, mas é deliciosa. O preço pode variar por causa da açafrão que é caro. Mas se tiver pobre, use cúrcuma (olha a BGéo aí de novo). Não é a mesma coisa nem de longe, mas também fica gostoso.