Receita: Gnudi – ravioli (peladinho) tostado na manteiga com pesto de tomate seco

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Gnudi, pronuncia-se nudi. Não, não é coincidência e você não leu errado. Gnudi é um bolinho italiano de ricota com semolina e espinafre. Há quem chame de nhoque de ricota pela semelhança no formato.

Mas a brincadeira é que este seria um ravioli nu. Isso porque o recheio clássico do ravioli na Lazio, na Toscana e na Emilia-Romagna é justamente ricota e espinafre. Ou seja, gnudi, nada mais é que um ravioli sem a casquinha de massa, peladinho. Não é demais?

#mandagnudi

Na receita original do Gnud entra um pouco de farinha de semolina, parmesão, e claro, o espinafre. Na nossa receita aqui a gente brinca de jogo do possível. E neste dia as possibilidades eram zero de semolina, manjericão no lugar do espinafre e queijo meia cura no lugar do parmesão.

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E como no nosso #mandagnudi não leva farinha e a gente gosta quase nada de inventar moda, em vez de cozinhar na água nos vamos tostar na manteiga! Fala aí se não sou um gênio do mal?

Lembra da ricotinha magya que ensinei aqui nesse post? Então, é ela que você vai usar. DESDOBRAMENTOS! Veja como você está subindo na escala Jedi da culinária de guerrilha!

Então bora mandar esses gnudi pra panela?

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Em uma tigela, coloque a ricota e esfarele. Junte o manjericão picado a gosto e o queijo ralado. Para 500g de ricota, use umas 100g de queijo ralado fino.

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Tempere com noz moscada a gosto. Se necessário, acerte o sal, mas com cuidado pois a ricota já é temperada e o queijo ralado também.

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Molde as bolinhas.

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Eu as fiz achatadas para poder facilitar na hora de tostar.

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Na frigideira coloque a manteiga e deixe derreter com cuidado para não queimar. Fogo brando. Coloque os gnudi para dourar.

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Vire os gnudi para tostar do outro lado.

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Olha que lindeza BRASIL!

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Sirva com um molho de tomate seco aveludado, receita aqui.

Fotos: Júlio César Soares


Receita: ricota cremosa a jato

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Ricota, ou ricotta, em italiano. Algo como re-cozido, ou cozido duas vezes. A ricota é nada mais que um subproduto resultante da produção de queijo que os italianos sabidamente aproveitam desde a Idade do Bronze. Simples assim. E agora eu vou te alforriar para todo sempre dos grilhões da ricota ressecada e sem gosto das geladeiras do supermercado do bairro. Sim, você pode e vai fazer sua ricotinha do amor. Vem comigo!

Mas antes um pouco de informação, porque nem só comida se alimenta o leitor do Sem Medida. Tem que fazer bonito na rodinha foodie também. Toma essa merenda:

1 – RICOTA NÃO É QUEIJO: Justamente por ser feita a partir do soro drenado na fabricação do queijo, como o requeijão, que a ricota não é considerada queijo. Visse? Mas nem por isso precisamos desprezar essa belezura. Principalmente quando ela é cremosa,  fresca e feita por você.

2 – LEITE TALHADO SEM DRAMA: No preparo original da ricota, o soro é aquecido até ferver com adição de algum elemento ácido (vinagre ou sumo de limão). Tudo isso para incentivar a coagulação, no populacho o famoso talhar. No tempo que leite era leite e vinha da vaca e não caixa esterilizada, esse momento era um drama familiar de desperdício. Na minha casa, mamis fazia um doce de leite talhado que é de chorar de saudade.

3 – PROTEÍNA DO AMOR: Talhar significa apenas que a proteína do leite se separou do líquido formando aquela massinha sólida boiando na água amarelada. Essa massinha magya, também chamada de coalho, é tipo um demi queijo. Bem a grosso modo, é dela que partem todas as maravilhosidades queijísticas que conhecemos e amamos.

4 – QUALQUER LEITE: até o leite mais surrado pela indústria é capaz de gerar ricota. De saquinho, de caixinha, de vidro vintage, de amêndoas e castanhas hipster.

Mas em casa, na minha e na sua, nós faremos a ricotinha básica da independência. Um processo bem atalhado de produção caseira de ricotas suculentas e cremosas salve salve, SEM PRECISAR partir do soro do leite que sobra do queijo porque:

1 – NÃO FAZEMOS QUEIJO EM CASA: ainda não cheguei no modo Jedi da minha existência culinária que significa produzir meu próprio queijo em casa.

2 – TEMOS PREGUIÇA: é mais fácil e rápido fazer a ricota em casa a partir do leite integral

3 – SOMOS PROBRES: com o leite rende mais ricota e gasta menos gás

Vem gente!

Comece colocando 1 litro de leite integral na panela para ferver com uma pitada de sal.

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Quando começar a ferver esprema 1/2 limão no leite, sem sementes.

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O leite vai talhar em pouco tempo. Mantenha o fogo ligado, mas agora mais brando.

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Quando ferver novamente desligue.

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Forre uma peneira com um pano limpo e fino e coe para separar o sólido do líquido do leite que a essa altura já deve estar bem coagulado.  Salve o soro pois ele é útil em marinadas de carne e frango, sério, em breve ensino aqui.

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Quanto mais tempo você deixar drenando mais sequinha ficará a sua ricota.

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ricota_julio_cersar_soares_semmedida11Coloque essa massa de queijo em um recipiente. Eu quis deixar bem em foma de queijinho. Por isso usei esse ramequim.

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Mas pode ser qualquer recipiente. Ideal que seja de vidro e com tampa para guardar na geladeira e ir consumindo aos poucos.

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Olha que lindeza de queijinho falsiane você pode fazer?!
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Para uma versão cremosíssima você pode:

1 – ACRESCENTAR GORDURA: acrescentar umas duas colheres de creme de leite fresco a massa final antes de transferir para o recipiente em que vai armazená-la. Desse jeito é mais difícil de errar rende mais pois o creme dá mais corpo à massa final.

2 – ACRESCENTAR MAIS GORDURA: acrescentar 1/2 xícara de creme de leite fresco ao leite lá no começo, antes da fervura. Desse jeito fica cremosa, mas mantém a leveza, mas pode demorar mais mais para coagular e separar o soro.
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De todo jeito, essa será a melhor ricota da sua vida. Fresca, boa de comer morninha assim que ficar pronta, na torrada, no pão, no crostini.

Ou para compor molhos, recheios de massas e hidratar as mãos. Ainda mais se você conseguir um glorioso leite de cabra! #brinks. Vamos só comer que é o que faz mais sentido mesmo. ;-)

Em breve eu publico aqui o gnud, um nhoque (obviamente falsiane) de ricota, ridículo de fácil. Ideal pro povo anti-glúten.

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