Se tem um ingrediente que já foi cantado aqui no Brasil é o tal do feijão. Só o Chico, o Buarque, já enfiou o bendito num sem números de composições.Tem até a ode à feijoada que já passou por aqui no Sem Medida. E não que ele tenha me perguntando, mas eu concordo. Gosto tanto de feijão que chega dói. Tô com o Chico inclusive na saudade que sinto do cozidinho quando fico longe.
Gosto de feijão de todo jeito. Preto, branco, rajado, bolinha, roxão, carioquinha. Gosto cozido, no mexido, na sopa, na salada, no tutu e no tropeiro. E claro, mais que tudo, na feijoada. O melhor parceiro do arroz, a liga que conecta e dá sentido ao PF. Além de untuoso, é nutritivo. Pensa em quanto feijão você teve que comer pra ser considerado uma pessoa respeitável?
Esse definitivamente foi o hit do meu verão. Tô tão apaixonada por essa receita que ando meio repetitiva. Já servi em evento, dei de presente para amiga querida de aniver e até sorteei no insta (@semmedida).
Vou explicar o motivo do amor: trata-se de um ou uma cheesecake, só que salgada. Pois éeee. Tá, tá, tá. Eu não sou a primeira nem serei a última pessoa a fazer uma versão salgada desse doce gringo icônico.
Mas na minha vida tal preparo era inédito até então. Nunca tinha comido uma cheesecake salgada. E além disso, os fãs que me perdoem, mas eu não sou uma entusiasta do cheesecake tradicional americano. Talvez por isso, apesar de sempre ter acreditado que essa receita ficaria melhor com base de sal, eu nunca tinha me metido a testar.
Mas como a necessidade é a mãe da criatividade, em janeiro eu tinha que botar um brunch pra 100 pessoas e o espaço do cliente não tinha quase nenhuma estrutura de cozinha. Fácil né? Eu precisava de uma receita que segurasse esse tchan sem perder a ternura e ainda cumprisse a obrigação de ser gostosa. Bingo!
Cheguei nesse chessecake. Não é uma receita difícil, mas tem vários passos, então requer amor. Que eu sei que você tem de sobra pela comida.
Estão chega de blá blá blá e vamos ao passo a passo que é o que interessa.
Serve: 12 pessoas comedidas
Para a base (opcional, para uma receita lowcarb exclua esse passo):
350 gramas de farinha de trigo (3 xícaras de chá)
1 pitada de sal
280 gramas de manteiga gelada cortada em cubos (1 tablete mais uma colher de sopa)
3 colheres de sopa de água gelada
Para a massa:
600 g de creamcheese em temperatura ambiente
200 g de parmesão ralado
3 ovos
1 pitada de sal
1 pitada de pimenta recém-molhada
1 pitada de noz-moscada
1 xícara de manjericão fresco picado
Para a cobertura:
Mini Tomate assado
200g de mini tomates
1/2 xícara de azeite de oliva
Manjericão frito
1 maço de manjericão anão
1/2 xícara de chá de azeite de oliva
Pesto de tomates assados
300g de tomates maduros porém, firmes
1 xícara de azeite extra virgem
2 colheres de sopa de vinagre balsâmico
1 xícara de amêndoas em lâminas tostadas
2 dentes de alho
1 colher de café de páprica picante
Preparo
Base
Pré-aqueça o forno a 180º C. Faça a massa Em uma tigela junte a farinha e a manteiga misturando com as pontas dos dedos até forma uma farofa. Junte a água gelada e amasse mais um pouco ate virar uma massa lisa. Não sove, porque a ideia é que a massa fique crocante. Se sovar o glúten vai desenvolver e ela ficará elástica.
Cubra uma assadeira de fundo removível com a massa, faça furos com o garfo na superfície e reserve na geladeira por alguns minutos só pra firmar um pouco. Leve ao forno e deixa achar por uns 20 minutos.
Coberturas
Enquanto a massa assa, vamos dar encaminhamento às coberturas. Trabalhando os dois tomates. Comece pelos grandes. Corte-os no sentido do comprimento e retire as sementes. Tempere com sal e deixe descansar em um escorredor de macarrão por uns minutos. Coloque-os numa assadeira untada com azeite com a casca para baixo e uns 2 dentes de alho grandes com casca.
Leve ao forno até que eles sequem, coisa de 15 a 20 minutos. Retire e deixe esfriar.
Em paralelo. Corte os mini tomates ao meio no sentido do comprimento. Coloque-os numa assadeira untada com azeite com a casca para baixo. Tempere com uma pouco de sal.
Leve ao forno até que eles sequem, coisa de 15 a 20 minutos. Retire e deixe esfriar. Depois transfira para um pote e envolva-os com azeite extravirgem.
Verifique se a massa já assou. Se sim, retire do forno e deixe descansando. Volte para o recheio.
No copo do mixer ou no liquidificador coloque os tomates grandes assados, o azeite, a amêndoa (só metade, o resto deixa pra decorar), o balsâmico, a páprica, os alhos assados (sem a casca que deve sair facilmente) e 4 pedras de gelo. Bata até formar um molho pesto cremoso. Prove o sal. São tantos passos que não fiz foto desse. :(
Reserve o pesto fora da geladeira e vamos a massa do cheesecake.
Numa batedeira ou com a ajuda de um mixer com fuet, bata o creamcheese ate que ele fique bem lisinho e aerado.
Junte o queijo parmesão, o manjericão picadinho, a noz-moscada, a pimenta moída, o sal, e bata mais um pouco. Por último junte os ovos e misture manualmente e de forma suave. Não bata os ovos para não incorporar ar, afinal de contas não queremos um suflê.
Despeje essa mistura sobre a base e asse por 20 a 25 minutos em 180 graus. Retire do forno e deixe esfriar completamente.
Enquanto a massa esfria, vamos fritar os manjericões. Solte as folhas que devem já estar limpas e secas. Aqueça uma frigideira com azeite suficientes para cobrir todo o fundo. Esse processo é super delicado, o óleo deve estar quente, mas não SUPER quente. Se você colocar a mão próxima a panela, deve sentir um calor suportável.
Coloque as folhas e vá controlando a fritura salteando a panela numa brincadeira de perto e longe do fogo. Quando as folhas começaram e ficar transparentes já tire do fogo e continue salteado para que elas termines de vitrificar. Retire delicadamente da panela e deixe escorrer em um prato com papel toalha.
Na hora de servir, lambuse a massa do cheesecake com o pesto e espalhe os mini tomates sobre ele. Eu fiz um pouco de mini tomate assado em rama para dar um charme na montagem. Mas não é necessário. Salpique o manjericão frito e as amêndoas tostadas.
Cheesecake pode ser mantido até 5 dias na geladeira, mas sem a cobertura.
4 copos (americano) de polvilho (se possível 2 copos do doce e 2 copos do azedo);
1/2 copo (americano) de leite;
1/2 copo (americano) de água;
1/2 copo (americano) de óleo;
3 ou 4 ovos (vai depender do clima)
sal
Para dar sabor:
1 colher de sopa de coloral em pó (opcional) – pode ser cúrcuma
2 pimentas de bode frescas (opcional)
Preparo
Coloque o leite, a água, o óleo, a pimenta amassada, o coloral e o sal para ferver.
Depois escalde o polvilho já com o açafrão com a mistura liquida mexendo bem. Deixe esfriar um pouco.
Junte o queijo e amasse.
Vá juntando os ovos aos poucos, um a um, até desgrudar da mão. Para ver se não está grudando, lava a mão e pegue um pouco de massa. O ponto ideal é quando apertá-lo na mão ele não esfarinhar, tome cuidado para não ficar muito mole. Deve ficar uma massa firme e uniforme.
Enrole, untando a mão com óleo. Leve ao forno pré-aquecido a 180°, por 15 minutos ou até crescer e dourar.
Gnudi, pronuncia-se nudi. Não, não é coincidência e você não leu errado. Gnudi é um bolinho italiano de ricota com semolina e espinafre. Há quem chame de nhoque de ricota pela semelhança no formato.
Mas a brincadeira é que este seria um ravioli nu. Isso porque o recheio clássico do ravioli na Lazio, na Toscana e na Emilia-Romagna é justamente ricota e espinafre. Ou seja, gnudi, nada mais é que um ravioli sem a casquinha de massa, peladinho. Não é demais?
#mandagnudi
Na receita original do Gnud entra um pouco de farinha de semolina, parmesão, e claro, o espinafre. Na nossa receita aqui a gente brinca de jogo do possível. E neste dia as possibilidades eram zero de semolina, manjericão no lugar do espinafre e queijo meia cura no lugar do parmesão.
E como no nosso #mandagnudi não leva farinha e a gente gosta quase nada de inventar moda, em vez de cozinhar na água nos vamos tostar na manteiga! Fala aí se não sou um gênio do mal?
Em uma tigela, coloque a ricota e esfarele. Junte o manjericão picado a gosto e o queijo ralado. Para 500g de ricota, use umas 100g de queijo ralado fino.
Tempere com noz moscada a gosto. Se necessário, acerte o sal, mas com cuidado pois a ricota já é temperada e o queijo ralado também.
Molde as bolinhas.
Eu as fiz achatadas para poder facilitar na hora de tostar.
Na frigideira coloque a manteiga e deixe derreter com cuidado para não queimar. Fogo brando. Coloque os gnudi para dourar.
Segunda é aquele dia de dar uma limpada na barra e tals depois das jacas devidamente calçadas no fim de semana. Então a gente das as mãos para a culpa judaico cristã e vai ao encontro de uma salada.
Mas, éeeeeeee, tem um sempre um mas. Como a nois é besta, mas nem tanto. Investimos numa salada maravilhosa banhada no sabor, na alegria e no azeite. Porque de gordura boa não abriremos mão nem na segunda. E nem de carboidrato.
Aliás, aguardando sentada o dia em que todos farão fila para se redimir diante do nosso amigo carbs. Batatas, mandiocas, arrozes serão aclamados e levados de volta ao topo da cadeia nutricional.
Tá, parei.
Vamos a receita. Como sempre, freestyle.
1 – O ARROZ: Cozinhe uma xícara de arroz (ou aproveite sobras de arroz da sua geladeira) de sua preferência e do jeito que você sempre faz. Vale integral, agulhinha, vermelho, preto, jasmim, basmati, o importante é ser arroz. Eu usei o mini, porque eu amo esse arroz, eu basicamente casei com esse arroz, fiz votos para a eternidade. Só evite os arrozes de risoto porque eles têm muito amido e sua salada vai virar uma massa de encher laje.
2 – O FEIJÃO: Cozinhe uma xícara de feijão ou aproveite sobras da geladeira. OU, malandramente, compre feijões já cozidos. Pois, ninguém na humanidade cozinha apenas UMA xícara de feijão e já existem opções no mercado sem sal, sem conservantes e em porções ideais para 1 ou 2 pessoas. Sofre não gente.
3 – O FRIO: Para mim, uma das coisas que caracteriza uma salada é basicamente a temperatura. Tudo que se come frio/geladinho eu chamo de salada. Então deixe todos os ingredientes bem geladinhos.
4 – VEGETAIS: Outro ponto importante para compor uma salada é ter vegetais (cê jura?). Aqui elegi o mini tomate. Docinho, lindo e chega para dar aquele toque de cor e saúde jogando na lona de vez a sua culpa. Mas pode colocar tomate normal, cenoura ralada, abobrinha em cubos, jiló em rodelas finas, inove, reaproveite, liberte-se da ditadura da receita.
5 – TOMPEROS: Aqui é que a magya acontece. O tempero serve para alinhavar todos os outros ingredientes. Sem ele o prato é só um agrupamento de ingredientes. Comida sem tempero é tipo festa sem música. É dele a funça de conectar os sabores e dar sentido a tudo. Então investe nisso queridoãns. Eu usei: cebola roxa cortada fina e marinada na água gelada para ficar crocante. Coentro, que você pode substituir por preconceito, caso não queira colocá-lo (brinks, pode usar salsa, mas não terá a mesma emoção). Pimenta de cheiro, azeite extra-virgem, suco de limão e sal.
6 – NOÇÃO: Também conhecido como “a gosto” e “quanto baste”. Esse é um ingrediente enigmático, porém essencial em todo preparo. Principalmente nesses mais freestyle. Muita gente tem medo de temperar e pede quantidades. Gente, a quantidade de sal é tão particular quanto o seu gosto por música. Por isso, o pulo do gato é achar o seu termostato do tempero. Comece colocando pouco. Tipo, uma ponta de colher de café de sal. Mexe, prova e avalia. Tá gostoso? Não? Repete. Faça isso para todos os temperos. Só assim você vai achar o seu ponto de sabor e desenvolver aquela famosa mão para cozinha que todo mundo fala. Não tem milagre, como diria o Larica Total, cozinha é treino!
Isto posto, vamos comer! Depois me conta se você finalmente aprendeu a temperar.